JSNEWS – O sistema de deportação nos Estados Unidos enfrenta obstáculos estruturais e logísticos que resultam em longos períodos de detenção para imigrantes sob custódia do ICE, como observado em instalações como o Centro de Processamento do ICE em Tacoma, Washington, e o Centro de Detenção Otay Mesa, em San Diego. Um dos principais entraves é a dependência de acordos internacionais para a repatriação. Países de origem devem verificar a cidadania dos deportados e emitir documentos de viagem, mas algumas nações frequentemente recusam ou retardam esse processo, levando a detenções prolongadas, por vezes indefinidas.
Essa falta de cooperação internacional é agravada pela complexidade logística das deportações, que envolvem voos fretados ou comerciais com escolta. Em julho, o ICE fretou 207 aviões, majoritariamente para Guatemala, Honduras e El Salvador, enquanto destinos como Cuba receberam apenas um voo, evidenciando a disparidade na execução. Além disso, a decisão da Suprema Corte de 2001 proíbe detenções imigratórias indefinidas, permitindo que detidos solicitem liberação após seis meses de uma ordem de deportação sem recursos pendentes. Contudo, relatos apontam que transferências entre centros de detenção, muitas vezes operados por empresas privadas como GEO Group e CoreCivic, podem reiniciar essa contagem, prolongando a espera e levantando questões sobre a conformidade com a lei.
Ineficiências administrativas, como ausência de oficiais responsáveis, erros em documentação ou falhas logísticas, como a falta de vistos para escoltas, também contribuem para os atrasos. A superlotação e condições precárias nos centros, incluindo relatos de tratamento inadequado, exacerbam o impacto sobre os detidos. Esse cenário reflete um sistema sobrecarregado, onde entraves burocráticos, dependência de negociações internacionais e falhas operacionais criam uma situação de incerteza que afeta todos os indocumentados, comprometendo a eficiência e a justiça do processo de deportação.


