Da Redação – Pelo menos 39 pessoas morreram e 29 ficaram feridas após um incêndio num centro de migração em Ciudad Juarez, no México, que faz fronteira com El Paso, no Texas, EUA. A informação foi divulgada pelas autoridades do estado mexicano de Chihuahua nesta terça-feira, segundo a imprensa local.
“O Instituto Nacional de Migração (INM) da Secretaria de Governo lamenta o falecimento — até o momento — de 39 pessoas migrantes estrangeiras devido a um incêndio”, diz comunicado do governo mexicano.
O incêndio ocorreu no Instituto Nacional de Migração (INM) na manhã desta terça-feira depois que cerca de 71 migrantes foram recolhidos nas ruas da cidade. A causa, porém, é desconhecida. Também ainda não foram divulgadas as nacionalidades das vítimas.
Um jornalista da AFP verificou como os bombeiros e equipes de resgate colocaram vários corpos cobertos com mantas de prata na área de estacionamento das instalações do INM.
Vinagly, uma venezuelana, gritou desesperadamente do lado de fora do centro de migração, para onde seu marido de 27 anos havia sido levado após ser detido em uma batida policial, apesar de, segundo ela, ter documentos para permanecer no México.
Ele foi atingido pelo incêndio, mas desconhece seu estado de saúde.
Um socorrista que pediu para não ser identificado explicou que havia cerca de 70 imigrantes, a maioria venezuelanos, no local.
O incêndio começou pouco antes da meia-noite, levando à mobilização dos bombeiros e dezenas de ambulâncias.
Ciudad Juárez, vizinha de El Paso, no Texas, é uma das cidades fronteiriças onde muitos estrangeiros que tentam entrar nos Estados Unidos em busca de refúgio permanecem retidos.
Um relatório recente da Organização Internacional para as Migrações (OIM) indica que, desde 2014, cerca de 7.661 imigrantes morreram ou desapareceram a caminho dos Estados Unidos, e 988 morreram em acidentes ou viajando em condições subumanas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, propôs em fevereiro novas restrições ao asilo para os imigrantes que chegam pela fronteira com o México, e que os obrigaria a solicitá-lo nos países por onde transitam ou por meio de consultas online.
Essas medidas são anunciadas numa altura em que o presidente democrata é acusado pela oposição republicana de ter perdido o controlo da fronteira, com mais de 4,5 milhões de pessoas interceptadas sem documentos naquela região desde que tomou posse.