AFP – A cidade de Derna, na Líbia, com cerca de 125 mil moradores, ficou destroçada com enchentes causadas por uma tempestade na última semana. Milhares de pessoas morreram e pelo menos 10 mil estão desaparecidas. Conforme os órgãos de segurança do país, a água destroçou barragens e derrubou prédios, levando à morte mais de cinco mil pessoas.
A imprensa Líbia, que citou como fonte um funcionário do ministério do Interior do governo com sede no leste do país, afirmou que mais de 5.200 pessoas morreram em Derna.
A cidade de Derna, que fica quase 300 km ao leste de Benghazi, é cercada por colinas e dividida por um rio, que está normalmente seco no verão. Porém, com as chuvas, o local virou uma torrente de água barrenta que também derrubou várias pontes.
Vários países ofereceram ajuda e equipes de emergência para ajudar a Líbia, já devastada pela guerra e agora afetada pelo que parte da equipe da Organização das Nações Unidas (ONU) chamou de “calamidade de proporções épicas”.
A ONG Norwegian Refugee Council informou que em outras áreas do leste do país “vilarejos inteiros foram arrasados pelas inundações e o balanço de mortos continua aumentando”.
“Comunidades em toda Líbia enfrentam anos de conflito, pobreza e deslocamento. O desastre mais recente vai agravar a situação destas pessoas. Os hospitais e abrigos ficaram sobrecarregados”, afirmou a organização.
A Líbia está dividida entre dois governos rivais: a administração com sede em Trípoli, reconhecida internacionalmente, e uma administração separada no leste, a região afetada pelo desastre.
A Líbia, um país rico em petróleo, tenta se recuperar de anos de guerra e caos após a revolta popular de 2011, apoiada pela Otan, que derrubou o ditador Muammar Khadafi.
Equipes de emergência da Turquia chegaram ao leste da Líbia, segundo as autoridades. A ONU e vários países ofereceram ajuda, incluindo Argélia, Egito, França, Itália, Catar e Tunísia.
A Itália anunciou nesta quarta-feira o envio de um navio e dois aviões de transporte militar com especialistas e equipamentos. A França enviará um hospital de campanha e 50 funcionários civis e militares com capacidade para atender 500 pessoas por dia.