ANSA – O irmão de uma das quatro vítimas de Cesare Battisti ameaçou fazer greve de fome se “algum político se deixar enganar” pelo ex-terrorista, que parou de comer para protestar contra o regime de isolamento ao qual está submetido há mais de um ano e meio.
“Espero que nenhum político e nenhum juiz se compadeça por essa medida. Nós já o conhecemos, ele faz essas ações para provocar pena, ao longo dos anos conseguiu enganar Lula e tantos outros“, disse à ANSA Maurizio Campagna, irmão do policial Andrea Campagna, assassinado por Battisti em 19 de abril de 1979, em Milão. ” “Se algum político se deixar enganar, eu farei greve de fome. Ele nos enganou durante muito tempo, não deve ser levado a sério. Se é mantido em isolamento, deve haver um bom motivo“, acrescentou.
Battisti está em isolamento diurno desde o início de 2019, quando começou a descontar sua pena de prisão perpétua por quatro homicídios cometidos na década de 1970. O ex-terrorista está encarcerado em uma penitenciária da Sardenha e já tentou reduzir sua sentença e progredir para o regime domiciliar, mas sem sucesso.
A defesa de Battisti alega que o isolamento estava previsto para durar apenas seis meses e que seu atual regime prisional impede contato com a família, incluindo com o filho de quase seis anos nascido no Brasil.
Após ter passado quase quatro décadas foragido e alegando inocência, Battisti admitiu, em março de 2019, ter sido o autor material de dois homicídios, incluindo o de Andrea Campagna, e seu envolvimento em outros dois.