REUTERS – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, repudiou um surto de episódios de violência contra asiáticos no país, e pediu que os norte-americanos unam-se contra o ódio.
Biden e a vice-presidente Kamala Harris se reuniram nesta sexta-feira,19, por mais de uma hora com líderes e parlamentares estaduais das comunidades asiática-americana e das ilhas do Pacífico, estremecidas nesta semana com os assassinatos de oito pessoas, incluindo seis mulheres de origem asiática, na esteira de um ano de violência crescente contra os asiáticos no país.
“O ódio não pode ter um abrigo seguro na América. Ele precisa parar. E é responsabilidade nossa, de todos nós, juntos, fazer com que ele pare”, disse Biden após a reunião, pedindo que parlamentares norte-americanos aprovem um projeto de lei contra crimes exacerbados pela pandemia para expandir o escopo do Departamento de Justiça sobre crimes de ódio.
Primeira mulher asiática americana a ocupar a vice-presidência na história dos Estados Unidos, Harris fez a ligação dos episódios de violência à longa história do racismo nos Estados Unidos, e comparou o momento com os episódios de violência contra muçulmanos após os ataques de 11 de Setembro de 2001.
“O racismo é real na América, e sempre foi. A xenofobia é real na América, e sempre foi. O sexismo também”, disse Harris.
“Eu e o presidente não ficaremos em silêncio. Não iremos assistir. Sempre iremos condenar a violência, os crimes de ódio e a discriminação onde e quando ocorrerem.”
Segundo a Associação Stop AAPI Hate, entre Março e Dezembro do ano passado, foram denunciados mais de 2800 atos racistas e discriminatórios contra a comunidade asiática nos Estados Unidos.
Durante a pandemia, aumentaram de forma exponencial os ataques contra asiáticos americanos, sobretudo mulheres, o que alguns especialistas atribuem ao discurso anti-China, nas redes sociais e até promovido pela anterior administração norte-americana – o ex-Presidente Donald Trump referiu-se sempre à Covid-19 como o “vírus da China”.
Sem mencionar Trump, Biden disse que “sempre se soube que as palavras tinham consequências”. “É o coronavírus. Ponto final, parágrafo”, disse.