Da Redação – Um juiz de imigração negou liberdade sob fiança a Rumeysa Ozturk, a estudante turca da Universidade Tufts, que esta detida há três semanas na Louisiana. Seus advogados afirmam que a detenção é uma retaliação por um artigo de opinião coescrito por ela no jornal The Tufts Daily e pediram a um juiz federal em Vermont que assuma o caso e transfira Ozturk para aquele estado até a próxima sexta-feira e que realize uma audiência, citando cinco crises de asma sofridas por ela na detenção.
Ozturk, 30 anos, doutoranda em desenvolvimento infantil, foi detida em 25 de março em Somerville, região da grande Boston, e levada a um centro do ICE em Basile, Louisiana. O Departamento de Segurança Interna (DHS) apresentou um memorando do Departamento de Estado revogando o visto dela, alegando que o artigo de Ozturk apoiava um grupo que “pode comprometer a política externa dos EUA” e criar “hostilidade a estudantes judeus”. O juiz considerou-a “risco de fuga” e “ameaça à comunidade”, decisão chamada de “insustentável” pelos advogados.
O artigo, publicado em 2023, criticava a resposta da Tufts a ativistas que exigiam reconhecimento do “genocídio palestino” e o desinvestimento de empresas ligadas a Israel. Ozturk é uma entre vários estudantes universitários com vistos revogados por suposto apoio a causas palestinas. Seus advogados contestam a legalidade da detenção, alegando violação de direitos como liberdade de expressão, e relatam dificuldades de contato após sua prisão.
O juiz federal William Sessions, em Vermont, ainda não decidiu sobre o caso. O DHS alega, sem provas, que Ozturk apoiava o Hamas, grupo considerado terrorista pelos EUA. Seus advogados negam qualquer vínculo com o grupo citado.