JSNEWS – Uma juíza federal rejeitou nesta terça-feira, 16, um acordo de apelação para um casal de Maryland que havia tentado vender segredos de submarinos nucleares para o Brasil, em seu parecer, o Juíz disse que o tempo de prisão de um dos réus era menor do que a condenação de traficantes de drogas receberia.
O casal, Jonathan e Diana Toebbe, que se declararam culpados em fevereiro deste ano das das acusações de que eles participaram de uma conspiração para vender segredos militares de submarinos movidos por propulsão nuclear a uma potencia estrangeira. A trama começou a se desenrolar quando funcionários da inteligência brasileira entregaram ao FBI uma carta que o casal havia escrito anonimamente em 2020, oferecendo segredos nucleares ao Brasil, pais que mantem pesquisa para construção de um submarino nuclear.
Jonathan Toebbe, ex-engenheiro naval da Marinha dos Estados Unidos, concordou em fazer um acordo que e aceitaria cumprir 12 anos em uma prisão, enquanto sua esposa, Diana Toebbe concordou em cumprir três anos, o que provavelmente a libertaria em dois anos.
Tanto os promotores quanto os advogados de defesa argumentaram que os acordos acordados eram justos. No caso da Sra. Toebbe, ela nunca seria capaz de trabalhar como professora e seria separada de seus filhos.
Os promotores observaram que o Sr. Toebbe, que tinha sido treinado tanto em propulsão nuclear quanto no manuseio de dados confidenciais, tinha a maior parte da responsabilidade. Mas a promotoria disse que ele havia cooperado com os esforços da Marinha para fazer uma avaliação dos danos e as informações que ele havia passado foram classificadas apenas como confidenciais, não como secretas ou ultra secretas.
“Sua cooperação pós-alegação foi substancial, muito substancial”, disse Jarod J. Douglas, advogado assistente dos Estados Unidos. “Foi fundamental para uma avaliação maior da conduta dos réus que talvez nunca tenhamos conhecido. A Marinha nunca saberia qual era sua conduta, e qual era o seu escopo, sem sua cooperação.”
Diana Toebbe é uma professora do ensino médio com doutorado em arqueologia e tinha sido profundamente crítica ao presidente Donald J. Trump e manifestado abertamente pensado sobre deixar os Estados Unidos, disseram ex-alunos.
O casal acabou se aproximando de um país “amigável” dos Estados Unidos, o Brasil, entrando em contato com o serviço de inteligência brasileira em abril de 2020. Mas autoridades brasileiras notificaram o FBI, segundo um alto funcionário brasileiro e outras pessoas informadas sobre a investigação.
O governo dos EUA não deu detalhes sobre o caso, incluindo como o Sr. Toebbe conseguiu esses segredos que foram supostamente retirados da Marinha dos EUA em Washington.
Relembre o caso
Jonathan e Diana Toebbe procuraram a inteligência militar do Brasil em abril de 2020 oferecendo milhares de páginas de documentos confidenciais de Washington, mas as autoridades brasileiras denunciaram o espião ao adido legal do FBI no país.
No entanto, um alto funcionário brasileiro e outros familiarizados com a investigação confirmaram que Toebbe se aproximou do governo brasileiro em abril de 2020, informou o New York Times em Fevereiro deste ano.
Analistas alegam que a divulgação de Toebbe foi uma “escolha estranha” dado que o então presidente Donald Trump e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro haviam fortalecido a aliança entre os países. Alguns argumentam que naquela época as relações EUA-Brasil eram as mais próximas em décadas.
E apesar do governo brasileiro estar interessado em desenvolver sua própria tecnologia militar, os funcionários do país não estavam dispostos a roubar segredos americanos.
A trama dos Toebbes rapidamente foi desvendada depois que a inteligência brasileira entrou em contato com o FBI revelando a trama.
A confirmação de que Toebbe entrou em contato com o Brasil vem um mês depois de se declarar culpado em um tribunal federal em Martinsburg, Virgínia Ocidental.