Da Redação – Falando do mesmo local de onde Donald Trump discursou a seus apoiadores pouco antes do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, a vice-presidente e candidata democrata a presidência dos EUA, Kamala Harris, pediu nesta terça-feira (29) que os eleitores norte-americanos para ‘virem a página e recuperem o otimismo’ ela acusou Trump de querer “poder sem controle”, ou seja, um ditador e acrescentou que Donald Trump é “instável”, e está “obcecado com a vingança, consumido pelo ressentimento e em busca de um poder sem controle”, afirmou a democrata.
Kamala destacou que seu rival é “alguém totalmente absorvido por seu infinito desejo de vingança” que não está interessado “nas necessidades do povo americano”.
“Nós sabemos quem é Donald Trump. Ele é a pessoa que esteve neste mesmo lugar há quase quatro anos atrás e mandou uma multidão armada ao Capitólio dos EUA para reverter a vontade do povo em uma eleição livre e justa. Uma eleição que ele sabe que perdeu. Americanos morreram como resultado desse ataque”, disse.
‘Sou melhor que Trump’
Em meio às duras críticas ao adversário, Kamala enfatizou sua própria visão de união nacional. “Diferente de Donald Trump, eu não acredito que pessoas que discordam de mim sejam inimigas. Ele quer colocá-las na prisão. Eu lhes darei um lugar à mesa”, afirmou.
Kamala também atacou as propostas econômicas de Trump, apontando o impacto que um novo pacote de cortes de impostos para bilionários teria sobre a classe média americana. Ela descreveu a iniciativa como um “imposto sobre a classe média”, alegando que o custo disso recairia diretamente sobre as famílias, que, segundo Kamala, veriam seus gastos anuais aumentarem em cerca de US$ 4 mil.
Kamala se posicionou como representante de uma “nova geração” de liderança. “Minha presidência será diferente porque os desafios que enfrentamos são diferentes. Nossa principal prioridade como nação há quatro anos era acabar com a pandemia e resgatar a economia. Agora, nosso maior desafio é reduzir os custos, custos que estavam subindo durante a pandemia e que ainda estão altos”, disse.
Outro ponto crucial foi a promessa de Kamala de restaurar o direito ao aborto em todo o país, uma questão central para sua campanha. Criticando a Suprema Corte moldada por Trump, Kamala afirmou que o ex-presidente pretende não só banir o aborto nacionalmente, mas também restringir o acesso a métodos contraceptivos e monitorar a gravidez das mulheres.
Kamala enfatizou as “duas abordagens diferentes” para o país, e também disse que Trump está focado em sua “lista de inimigos” e ela, em uma “lista de tarefas”.
Fascista
Em um discurso mais uma vez marcado por uma retórica anti-inimigração e prometeu “lutar nos próximos sete dias para salvar os Estados Unidos, não temos outra opção”, disse, e acusou sua adversária de contar “mentiras” e proferir calúnias. Trump se referia às acusações de seu ex-chefe de gabinete na Casa Branca, que afirma que ele se encaixa na definição de fascista, uma acusação comum que os progressistas fazem contra seus opositores.
A vice-presidente prometeu que os Estados Unidos “não voltarão” à era Trump. Em apoio a candidatura da Kamala, a rainha do pop, Jennifer Lopez, e da banda mexicana Maná, confirmaram presença em um comício, que ocorrerá na próxima quinta-feira, 01, em Las Vegas. O evento será dirigido a latinos e jovens, dois eleitorados que podem fazer a diferença em uma disputa tão acirrada.
*Com informações da AFP e Estadão Conteúdo