JSNEWS – Negociadores do Senado e da Casa Branca estão se aproximando de um acordo sobre novas políticas de imigração que foram vinculadas a ajuda financeira aos aliados dos EUA (Israel e Ucrânia), mas que ainda enfrentam grandes obstáculos e uma delas é a limitação da liberdade condicional humanitária, um politica estabelecida pelo governo Biden, que autoriza certos imigrantes a viver e trabalhar legalmente enquanto aguardam o tramite se seus pedidos de asilo.
Os republicanos querem restringir o uso da Liberdade Condicional humanitária alegando que o governo Biden abusou dessa ferramenta projetada para fornecer ajuda humanitária limitada além de estabelecer novos limites para seu uso.
O governo Biden usou, primeiramente, a Liberdade Condicional Humanitária para conceder autorização legal e rápida aos refugiados afegãos que fogem do Talibã, aos ucranianos que escapam da ocupação russa e, mais recentemente, a cerca de 30.000 imigrantes a cada mês aos requerentes de asilos de nacionalidades diversas.
Segundo Alexandre Mayorkas, secretario do U.S. Department of Homeland Security (DHS), a Liberdade Condicional visa a dificultar a solicitação de pedidos de asilo na fronteira reduzindo assim as pressões ocasionadas pela crise migratória. Na opinião dos republicanos essa politica aumenta a crise migratória.
As conversas são fundamentais para que o Congresso aprove novas ajudas externas
Os republicanos da Câmara exigiram novas restrições à imigração antes de concordar em apoiar os novos pacotes de ajuda à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia, uma das principais prioridades do governo Biden.
Outra disposição que está sendo debatida nas negociações em andamento no Senado exigiria que os imigrantes fossem mantidos em detenção enquanto uma decisão é tomada sobre seus pedidos de asilo. Os democratas se opõem à proposta do Partido Republicano de deter todos os imigrantes sem documentos.
Sem recursos adicionais, o Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) não tem espaço suficiente para abrigar esses imigrantes que não são considerados um risco de segurança e, portanto, libera a maioria deles para seguir viagem para o interior do país.
Após uma reunião na manhã de segunda-feira, os três principais negociadores — os senadores Chris Murphy, D-Conn.; James Lankford, R-Okla., e Kyrsten Sinema, R-Ariz., expressaram otimismo de que a lacuna nas questões entre as duas partes está “diminuindo”, mas ainda não há acordo.
O grupo esperava apresentar uma proposta aos legisladores logo após um longo período de férias, mas Lankford disse a repórteres na noite de segunda-feira que o texto de um acordo não seria divulgado nesta semana.
O negociador chefe do Partido Republicano manteve vários membros de seu partido informados sobre os progressos feitos. Lankford se reuniu com líderes do Partido Republicano e deve relatar, separadamente, aos republicanos da Câmara e do Senado na quarta-feira.
Os republicanos do Senado também realizarão um briefing especial na tarde de quarta-feira para discutir a crise na fronteira de forma mais ampla.
Depois de se reunir com Lankford, o líder da minoria no Senado, John Thune, mostrou-se cético de que um acordo possa ser alcançado em breve.
“Há algumas questões importantes que estão finalmente a ser abordadas. E não serão fáceis de resolver. Não acho que possa ser acelerado. Acho que tem que fazer direito”, disse.
A proposta do Partido Republicano de expandir a deportação acelerada de imigrantes de cidades além da fronteira não está mais sobre a mesa, após forte reação dos democratas, disseram duas fontes à NBC News.
Os negociadores já concordaram com várias mudanças políticas importantes que tornariam mais difícil para os migrantes solicitarem asilo na fronteira sul. A Casa Branca de Biden também está assumindo um papel maior do que no início das negociações e provavelmente aceitará qualquer acordo alcançado no Senado, disseram duas outras fontes.
Em visita à fronteira em Eagle Pass, no Texas, o secretário do DHS, Alejandro Mayorkas, declarou que teve o “privilégio” de participar das negociações entre republicanos e democratas no Senado.
“Se as negociações conseguirem consertar o sistema de imigração”, disse Mayorkas, “tenho certeza de que isso terá um impacto dramático no número de encontros que estamos vivendo na fronteira”.
A última vez que o Congresso concordou com uma reforma significativa da imigração foi em 1986 e não teve sucesso desde então, apesar das inúmeras tentativas bipartidárias de promulgar uma nova política ao longo dos anos.
“Aqueles de nós que estão negociando esse acordo vão levar muitos golpes e muita gente vai torcer contra por diferentes motivos”, disse Lankford a repórteres na segunda-feira, referindo-se ao clima político tenso em um ano eleitoral competitivo. “Mas a tarefa ainda tem que ser cumprida e o problema tem que ser resolvido.”