O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), ingressou na quinta-feira, 6, com uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República para pedir a instauração de procedimento para investigar se o fi lho do presidente eleito Jair Bolsonaro, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL- -RJ), e a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, receberam repasses de dinheiro ilícito.
O pedido baseia-se na reportagem publicada na quinta-feira, 6, pelo jornal Estado que mostra que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de um ex-assessor de Flávio entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Fabrício José Carlos de Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro deste ano. Registrado como assessor parlamentar, Queiroz é também policial militar e, além de motorista, atuava como segurança do deputado.
A representação de Pimenta também pede a investigação dele. O documento foi anexado pelo Ministério Público Federal à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, realizada no mês passado. O Coaf informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas são “incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira” do ex-assessor parlamentar.
Uma das transações na conta de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A compensação do cheque em favor da mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro aparece na lista sobre valores pagos pelo PM.