COM R7 (Giovanna Orlando, do R7) – Com uma das campanhas de vacinação mais abrangentes do mundo, os Estados Unidos registraram queda no número de casos de covid-19 e estão tomando medidas que permitem que, aos poucos, a normalidade seja retomada. Cidadãos que tomaram as duas doses já podem sair sem máscara, o comércio retomou as atividades e as escolas devem voltar com aulas presenciais ainda neste ano.
Com um estoque invejável de vacinas da Pfizer e da Moderna produzidas no país, cidadãos, turistas e imigrantes legais ou não podem ser imunizados em postos instalados pelas ruas, em farmácias, em hospitais e também em lojas autorizadas.
Em Orlando, na Flórida, a MacroBaby, loja do empresário brasileiro Richard Harari cedeu espaço para uma clínica médica local e agora, além de produtos para bebês e crianças, oferece também doses de vacinas da Pfizer.
“Nós fomos procurados pelo CDC (Centro de Controles de Doenças dos EUA, a maior autoridade sanitária do país) para oferecer a vacinação na loja, junto a um médico de Miami, que é autorizado”, explica o empresário.
Cerca de 300 pessoas buscam a loja diariamente atrás da vacina. “Hoje em dia, quem mais tem vindo ser vacinado são os jovens”, conta Harari. Desde o começo de maio, adolescentes a partir dos 12 anos podem ser imunizados nos Estados Unidos.
Depois que o presidente Joe Biden considerou todos os adultos acima dos 16 anos aptos para serem vacinados, a procura pelos imunizantes cresceu. Agora, as autoridades sanitárias buscam incentivos para aumentar a taxa de imunização. Em algumas regiões, empresas oferecem brindes e descontos para incentivar a vacinação.
A situação dos imigrantes ilegais que vivem nos EUA é delicada e só os incentivos não são suficientes para atrair essas pessoas. Além de barreiras linguísticas, há também o medo de ser deportado caso tente se imunizar.
Na loja de Harari, os turistas podem chegar sem agendamento, apresentando apenas o passaporte. É importante ter em mente que o intervalo entre as duas doses da Pfizer no país é de 21 dias. O empresário ressalta que a vacinação estará disponível até o fim do estoque do imunizante.
Sem restrições e com maior liberdade
Segundo Harari, a vida nos EUA está de volta ao que era antes da pandemia em cerca de 80%. “Várias lojas não pedem mais máscaras, até para quem foi vacinado. Então já está voltando ao normal”, avalia.
Restaurantes, bares e lojas já funcionam regularmente e os cidadãos podem passear ao ar livre e se reunir com amigos novamente. Apesar de shows ainda não terem voltado, diversas bandas e grupos já anunciaram turnês para o próximo semestre de 2021 e 2022.
Situação da covid no país
Os EUA ainda lideram o número global de casos e mortes por covid-19, com mais de 33 milhões de infecções e 591 mil óbitos. A Índia aparece logo em seguida na lista, com 27 milhões de casos e especialistas acreditam que o país pode, em breve, assumir o primeiro lugar.
Apesar de ser um dos países que mais aplicou vacinas contra a covid-19 até agora e já ter imunizado cerca de 49% da população, segundo dados do Our World in Data, o país foi criticado pela gestão da pandemia em 2020 e a demora para responder à crise.
Os norte-americanos nunca passaram por um confinamento nacional e demorou para o governo criar restrições de voos com destino ou com origem em países na lista vermelha. O Brasil continua na lista de alerta e as viagens entre os dois países estão suspensas. Caso brasileiros precisem entrar em território norte-americano, é necessário fazer quarentena em países próximos, como no México ou em ilhas no Caribe.
Mesmo com o governo de Joe Biden tomando cuidado para evitar que a pandemia se descontrole novamente, os Estados Unidos já têm casos registrados, segundo a OMS, das quatro variantes do vírus: Reino Unido, África do Sul, Brasil e Índia.