Da Redação – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em reunião ministerial nesta segunda-feira (18) que é preciso mostrar à população que “Israel da bíblia não é o mesmo Israel do [premiê Benjamin] Netanyahu”, e que “o nosso Deus não é o mesmo Deus do Silas Malafaia“, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
A fala de Lula reflete a preocupação do presidente com os evangélicos, público no qual a rejeição ao petista vem aumentando fortemente, de acordo com pesquisas. Lula, no entanto, resiste a fazer uma aproximação mais direta com pastores e líderes das denominações apostando na melhora da economia em e políticas sociais para cativar esse público.
A fala do presidente comparando a ação militar de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto vem sendo apontada como um dos principais fatores para queda na popularidade do petista nos levantamentos mais recentes de empresas como Atlas, Quaest e Ipec.
Lula também resiste a mudar de postura em relação ao conflito no Oriente Médio. Ele vem classificando a atuação de Israel como “genocídio“, enquanto o Itamaraty pressiona na comunidade internacional por um cessar-fogo e a abertura de corredores humanitários no enclave palestino.
Em 25 de fevereiro, Malafaia organizou a manifestação convocada por Bolsonaro na avenida Paulista. em fevereiro. Ele puxou uma oração e fez um discurso com forte teor religioso, com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a Lula.
Na ocasião, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que ela e seu grupo foram “negligentes ao ponto de falarmos que não poderia misturar política com religião”. Como consequência, afirmou Michelle, “o mal tomou o espaço”.
Lula abriu a reunião de hoje rechaçando essa tese e defendendo que “a religião não seja instrumentalizada” politicamente, por um partido político ou governo. “A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo neste país”, disse o petista.
Com informações FolhaPress – G1 – Estado