ANSA – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para o mandatário dos Estados Unidos, Joe Biden, convocar uma reunião urgente do G20 para discutir a distribuição global de vacinas anti-Covid.
A declaração foi dada em entrevista à CNN dos Estados Unidos, em meio à lentidão das campanhas de imunização na maior parte do mundo, especialmente nas nações mais pobres.
“Eu tô sabendo que os Estados Unidos têm vacina, que os Estados Unidos não tá usando essa vacina. Essa vacina poderia ser, quem sabe, doada ao Brasil ou a outros países mais pobres que o Brasil e que não podem comprar”, disse Lula.
O ex-presidente faz referência a vacinas anti-Covid da AstraZeneca que estão estocadas nos EUA, mas ainda não têm autorização no país, que usa as fórmulas da Pfizer, Moderna e Janssen e já imunizou 73,67 milhões de pessoas com pelo menos uma dose.
“Mas uma sugestão que eu queria fazer ao presidente Biden através do seu programa: é importante convocar um G20 urgente. É importante convocar os principais líderes do mundo e colocar na mesa um único tema. Vacina, vacina e vacina!”, acrescentou.
Lula ainda disse que não acredita no governo Bolsonaro e que também não pediria a mesma coisa para Donald Trump. “Mas o Biden é um sopro de um novo respiro para a democracia”, declarou.
Atualmente, a presidência rotativa do G20 é ocupada pela Itália, a quem cabe, em teoria, convocar reuniões extraordinárias do grupo. A próxima cúpula do G20 está marcada para 30 e 31 de outubro, em Roma.
Carta a Bolsonaro – Após a entrevista de Lula à CNN, a Secretaria de Comunicação do governo (Secom) divulgou nesta quinta-feira (18) o conteúdo de uma carta enviada por Biden a Bolsonaro em 26 de fevereiro.
Segundo a Secom, que não revelou o documento na íntegra, o presidente dos EUA “saudou a oportunidade para que ambos os países unam esforços, tanto em nível bilateral quanto em fóruns multilaterais, no enfrentamento aos desafios da pandemia”.
Além disso, de acordo com o governo federal, Biden disse estar pronto para “trabalhar em estreita colaboração” com o Brasil e destacou que os dois países têm uma “trajetória de luta pela independência, defesa de liberdades democráticas e religiosas, repúdio à escravidão e acolhimento da composição diversa de suas sociedades”.