
Boston, 30 de Julho de 2025 – Em uma entrevista ao The New York Times publicada nessa quarta-feira, 30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu o caminho do confronto, não da negociação, intensificando uma briga com os EUA que poderia ter sido evitada. Com xingamentos como “nazista”, “fascista” e “chantagista”, Lula transforma Trump em um inimigo sob medida, alimentando uma popularidade que cresce às custas do trabalhador brasileiro, enquanto sua visão de democracia, alinhada a ditaduras e à censura, revela contradições que pesam mais do que as palavras.
Na entrevista, Lula transformou Donald Trump no vilão ideal para sua narrativa antiamericana. Ele chamou de “vergonhosa” a forma como Trump anunciou, pelo Truth Social, tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, que para ele são motivadas pelo julgamento de Jair Bolsonaro e por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringiram plataformas americanas como o X. E em vez de buscar diálogo para evitar o impacto dessas tarifas, Lula foi taxativo: “O Brasil não é um país pequeno diante de um país grande”. Com a frase “seriedade não exige subserviência”, ele deixou claro que não cederá às pressões de Trump, preferindo o confronto a uma negociação que poderia proteger o trabalhador brasileiro. Essa postura, inflamada por sua visão de longa data contra o “imperialismo” dos EUA, alimenta sua popularidade, mas a que custo?
Essa animosidade tem raízes mais profundas. Antes mesmo de Trump vencer em 2024, Lula já o atacava, chamando-o de “nazismo com outra cara” em 1º de novembro de 2024, enquanto apoiava Kamala Harris (Folha de S.Paulo, 1º de novembro de 2024). Ele também o tachou de “fascista” e “populista autoritário” e sugeriu que Trump deveria estar preso (CNN, 17 de julho de 2025) e o acusou de ser “chantagista” e “imperador do mundo” (Reuters, 17 de julho de 2025).
Lula carrega uma visão antiamericana que vem de décadas, vendo os EUA como um símbolo de imperialismo. Ele já citou o golpe de 1964, apoiado pelos americanos, como prova de intervencionismo (The New York Times, 17 de julho de 2025). Agora, com Trump, ele encontrou o alvo perfeito para reacender essa narrativa. O resultado? Sua aprovação subiu de 43% para até 50% desde o anúncio das tarifas (The New York Times, 30 de julho de 2025).
Para o brasileiro comum o preço dessa popularidade é alto: o café, a carne e o suco de laranja, que sustentam milhões de famílias, podem desaparecer das prateleiras americanas, enquanto a inflação aperta o orçamento de quem já vive no limite.
Outros líderes do BRICS, como Narendra Modi da India, negociaram com os EUA para reduzir tensões (Reuters, 7 de julho de 2025). Lula, porém, preferiu o confronto. Na entrevista, ele destacou a China como alternativa comercial, dizendo que o Brasil venderá “a quem pagar mais”, e anunciou tarifas recíprocas contra produtos americanos (The New York Times, 30 de julho de 2025). Ele tentou contato com Trump, mas reclamou que “ninguém quer conversar”.
Como negociar quando se chama o outro de “nazista” ou “fascista”, “alguém que deveria estar preso”? A escolha de Lula por palavras duras, em vez de diplomacia, parece calculada para inflamar sua base, mas não para proteger o agricultor que depende do mercado americano ou a mãe que enfrentará preços mais altos no supermercado.
O impacto é real. As exportações brasileiras, como café e carne, geram bilhões de dólares e sustentam comunidades inteiras.
O The Washington Post (20 de julho de 2025) estima perdas de US$ 4 bilhões anuais com as tarifas. Enquanto Lula escolhe bradar contra o “imperialismo” ele também faz uma escolha que machuca o povo que sempre se apresenta para pagar a conta dos desmandos politicos.
Lula se apresenta como defensor da democracia, mas de uma visão bem particular. Ele condena Trump como “fascista”, mas mantém laços com ditaduras como Venezuela, Nicaragua e Cuba, onde eleições são questionáveis e opositores são silenciados. No BRICS, alinha-se a Rússia, Irã e China, regimes que reprimem liberdades. Em 2023, evitou criticar a invasão da Ucrânia, e em 2025 participou do desfile de Putin em Moscou. No Brasil, apoia ações do STF que suspenderam o X e multaram plataformas americanas, justificadas como combate à desinformação, mas vistas como censura.
Essa democracia seletiva de Lula abraça regimes autoritários enquanto critica os EUA. Ele defende a soberania contra Trump, mas silencia diante das violações de direitos humanos na Venezuela ou no Irã. Sua cruzada antiamericana parece menos sobre princípios e mais sobre uma ideologia que transforma os EUA em vilão para justificar sua narrativa e conquistar votos.
Enquanto Lula e Trump trocam farpas, o Brasil sofre. Trump, em sua carta de 9 de julho de 2025, chamou o julgamento de Bolsonaro de “caça às bruxas” e acusou o Brasil de atacar a liberdade de expressão. Lula respondeu com mais ofensas, chamando Trump de “chantagista” e rejeitando diálogo. Mas quem sente o impacto não é o presidente, seguro em Brasília, nem seus aliados no PT. É dona Maria, que corta as despesas da casa. É o agricultor que teme pelo futuro ao ver o mercado da encolher tendo que negociar seus produtos a preços baixos aos especuladores. As tarifas poderiam ter sido evitadas com diplomacia, mas Lula escolheu o confronto, capitalizando a imagem de resistente contra um inimigo externo que sua ideologia distorcida sempre detestou. O povo brasileiro, porém, não merece pagar por esse arranjo.