BOSTON, Massachusetts – Uma médica que chegava aos Estados Unidos para lecionar medicina foi detida no Aeroporto Internacional de Logan, em Boston, no dia 13 de março, conforme revelam documentos legais obtidos pela noticiou a rede ABC News nesse domingo, 14.
A doutora Rasha Alawieh, cidadã libanesa, portava um visto H1B válido, ou seja, um visto de trabalho, emitido em 11 de março. Contratada pela Universidade Brown como professora assistente de medicina, ela é especialista em transplantes renais e já havia se capacitado nas prestigiadas Universidade de Washington e Yale.
O processo judicial destacou o “profundo desalento” da Divisão de Nefrologia de Brown diante da situação. “Ela é professora assistente e possui responsabilidades de peso”, assegurou o documento. “Seus colegas têm suprido sua ausência, mas tal medida não resolve o impasse. A doutora Alawieh é uma acadêmica excepcional em Nefrologia de Transplantes, e sua presença é indispensável na Brown Medicine.”
Os oficiais do Departamento de Segurança Interna (DHS) não justificaram a detenção. A Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) não respondeu às indagações da imprensa americana sobre o paradeiro da médica ou forneceu informações adicionais sobre os motivos de sua recusa de entrada da doutora nos Estados Unidos.
Conforme a CBS News, Hilton Beckham, comissário assistente de assuntos públicos da CBP, emitiu uma declaração: “Compete aos estrangeiros que chegam demonstrar sua admissibilidade aos Estados Unidos. Nossos oficiais da CBP seguem protocolos rigorosos para identificar e deter ameaças, valendo-se de triagem minuciosa, verificações detalhadas, parcerias sólidas com forças policiais e habilidades apuradas de inspeção para impedir a entrada de riscos no país. A CBP dedica-se a proteger os Estados Unidos de ameaças à segurança nacional.”
Uma juíza de um tribunal distrital em Massachusetts determinou que Alawieh não deveria ser deportada sem aviso prévio de 48 horas e sem uma justificativa do DHS. Contrariando a ordem judicial, segundo uma notificação de aparente violação, o DHS “deliberadamente” a deportou para a França, com um voo subsequente previsto para o Líbano. Não há confirmação de que essa deportação tenha ocorrido conforme planejado.