AP – Bradford Wankhede Langenfeld, o médico que atestou a morte de George Floyd, disse que ele estava sem pulso quando os paramédicos chegaram ao local e eles tentaram ressuscitá-lo “por cerca de trinta minutos”, inclusive com um tubo na garganta para ventilar os pulmões.
Langenfeld afirmou que “uma das possibilidades mais prováveis” é que Floyd morreu por asfixia e disse também que a vítima não recebeu reanimação cardiopulmonar até a chegada dos socorristas.
O médico foi a primeira testemunha a depor nesta segunda-feira (5) no julgamento do ex-policial Derek Chauvin, que é acusado de homicídio doloso, de homicídio culposo e de lesão corporal seguida de morte por ajoelhar sobre o pescoço de George Floyd e sufocá-lo até a morte.
A morte em maio de 2020 despertou uma onda de protestos em todo o mundo por igualdade racial e contra a violência policial, impulsionando o movimento “Black Lives Matter” e a discussão sobre racismo.
Floyd repetiu “eu não consigo respirar” por 27 vezes enquanto Chauvin o sufocou por 9 minutos e 29 segundos. O ex-policial de Minneapolis se declarou inocente e pode pegar até 40 anos de prisão se for condenado pela acusação mais grave.
O julgamento está no sexto dia, e Langenfeld é a vigésima testemunha de acusação convocada até agora.
O promotor do caso, Jerry Blackwell, perguntou ao médico se Floyd sofreu uma parada cardíaca por insuficiência de oxigênio, e Langenfeld disse que sim.
“Não houve trauma externo óbvio e significativo que pudesse sugerir que ele, Floyd, sofreu qualquer coisa que pudesse produzir sangramento que levasse a uma parada cardíaca”, afirmou o médico. Na semana passada, nos primeiros dias do julgamento, um paramédico já havia dito que Floyd estava morto quando chegou ao local.
“Quando cheguei, ele já havia falecido e eu o levei para o hospital, mas ele continuava em parada cardíaca”, disse o paramédico Derek Smith no quarto dia do julgamento.
No primeiro dia, um vídeo da agonia de George Floyd abriu o julgamento, e dias depois novas imagens divulgadas mostram que ele implorou a policiais antes de ser morto.
Floyd tinha 46 anos e foi detido por suspeita de ter usado notas falsas em um mercado.