JSNEWS – Quando tinha 18 anos de idade, um imigrante do sudoeste asiático, Ge Vang, dirigia um carro em companhia de um amigo quando este sacou uma arma e apontou para um grupo de cinco jovens em St. Paul, no estado de Minnesota. Vang foi preso e condenado por cumplicidade, um crime pelo qual foi condenado aos 83 dias. Isso foi há 25 anos, e Vang agora é um trabalhador da construção civil, manteve limpo seu registro criminal, casou e teve quatro filhos e é um membro ativo de sua comunidade e cumpridor da lei que e vive na cidade de St. Paul no Condado de Ramsey.
Mas o passado sempre esteve presente e ele passou grande parte da vida adulta temendo ser deportado para o Laos, um pais que ele deixou em companhia dos pais, quando ainda era um bebê.
A situação de Ge Vang é similar a de muitos outros imigrantes que enfrentam uma possível remoção mesmo décadas após uma condenação criminal de qualquer natureza.
Os defensores dos direitos do imigrantes e vários legisladores progressistas têm defendido o afrouxamento das restrições legais que dificultam que os imigrantes que enfrentam a deportação baseados essencialmente na revisão de velhas condenações criminais ocorridas há anos ou décadas dessas condenações e quando o ex-condenado já deu provas de reabilitação social.
Vang veio para os EUA com com sua família após deixarem um campo de refugiados na Tailandia no final dos anos 1970 quando tinha apenas 8 meses de idade. Para aquela geração, o Sudeste Asiático era uma região marcada pelos conflitos decorrentes da Guerra Fria e os pais de Vang havia colaborado com o Governos dos Estados Unidos no Laos e quando os Estados Unidos retirou as tropas do Vietnam, a família de Vang teve que buscar refúgio em um campo para refugiados na Tailândia.
Por quase três décadas uma ordem federal de remoção ameaçou Vang, e nos últimos cinco anos, como resultado das negociações entre os EUA e as nações do Sudoeste Asiático, ele e milhares de outros refugiados passaram a enfrentar uma maior possibilidade de serem enviados de volta para os países que deixaram para trás mesmo quando bebês ou crianças.
INFRATORES
De acordo com relatórios anuais disponibilizados pelo ICE, a grande maioria dos imigrantes em processo de deportação têm condenações ou enfrentam acusações criminais. O crime mais comum é dirigir sob a influência de álcool, mesmo uma condenação por contravenção, uma infração de menor gravidade, em um tribunal pode desencadear uma ordem federal de remoção décadas após a condenação.
É uma consequência que muitos refugiados ou imigrantes enfrentam ao longo dos anos, e nem sempre não são informados pelo promotor, pelo juiz ou mesmo por seu próprio advogado de defesa no momento em que foram instados a aceitar um acordo no tribunal.
Isso mudou em 2010, quando a Suprema Corte dos EUA decidiu que no caso Padilla v. Kentucky que o advogado deve informar a seu cliente a acusação que pesa contra ele pode trazer risco de deportação.
“Alguns desses crimes têm 20 anos”, disse Xiong, que recentemente deixou a Prefeitura de St. Paul para se tornar vice-diretor da Coalizão de Líderes Asiáticos Americanos, uma organização que desempenhou um papel fundamental nos esforços bem-sucedidos de Vang para obter que sua ordem de remoção fosse cancelada em julho passado.
Os refugiados como Vang às vezes são aconselhados por seus próprios advogados que uma admissão de culpa é o caminho mais rápido e menos oneroso para resolver uma questão qualquer uma vez que seu pais de origem não está aceitando deportados dos EUA. Mas a politica internacional é dinâmica.
Sob pressão do governo Trump, o Camboja começou a aceitar deportados dos EUA em 2018. O Vietnã logo se seguiu o mesmo caminho, abrindo suas portas pela primeira vez para deportados que haviam entrado nos EUA antes de 12 de julho de 1995, data em que os EUA e o Vietnã retomaram os laços diplomáticos, o mesmo ocorreu com o Laos.