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Nessa terça-feira, 14, a Meta, empresa controladora do Facebook, removeu um grupo na plataforma que monitorava atividades do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE) na região de Chicago. A decisão, tomada a pedido do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), gerou debates sobre liberdade de expressão e segurança pública, refletindo tensões entre proteção de comunidades migrantes e preocupações com a segurança de agentes federais. O grupo, chamado “ICE Sighting-Chicagoland”, contava com mais de 80 mil membros e era utilizado para compartilhar alertas sobre a presença de agentes do ICE, com o objetivo de proteger comunidades migrantes de possíveis detenções ou operações de deportação.
Segundo o DOJ, as atividades do grupo violavam as políticas do Facebook contra “dano coordenado”, pois incluíam práticas de “doxxing” — a exposição de informações pessoais de agentes do ICE, como nomes e localizações. A remoção do grupo ocorre em um contexto de intensificação das operações migratórias sob a administração do presidente Donald Trump.

Fontes americanas, como o jornal The New York Times e a agência de notícias Associated Press, destacam que a medida reflete uma pressão crescente sobre empresas de tecnologia para coibir plataformas que possam ser usadas para monitorar ou obstruir ações policiais. Recentemente, Apple e Google também bloquearam aplicativos móveis com funções semelhantes, reforçando essa tendência. A procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi, celebrou a decisão em publicações na rede social X, argumentando que o grupo representava uma ameaça direta à segurança dos agentes do ICE.
Por outro lado, defensores de direitos civis, citados pela ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis), criticaram a remoção, alegando que tais grupos desempenham um papel crucial na proteção de comunidades vulneráveis, alertando sobre operações que podem separar famílias ou resultar em deportações. Esses defensores argumentam que a medida pode violar direitos de liberdade de expressão garantidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
Embora o grupo “ICE Sighting-Chicagoland” tenha sido desativado, outras páginas e grupos semelhantes continuam ativos no Facebook, alguns com dezenas de milhares de membros, mantendo viva a prática de monitoramento comunitário.
A remoção do grupo gerou um debate mais amplo sobre o equilíbrio entre segurança pública, privacidade e o direito de organizar esforços comunitários em plataformas digitais.