AFP – O México enviou, na segunda-feira (9), uma nota diplomática aos Estados Unidos para reclamar dos prejuízos econômicos causados pelo fechamento das passagens fronteiriças do vizinho do norte.
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores detalhou que o comércio bilateral entre os dois países está sendo afetado após a passagem por três pontes internacionais ter sido interrompida desde meados de setembro.
“O governo do México solicita restabelecer o fluxo de comércio através das passagens de fronteira”, afirma o boletim.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, anunciou, em sua coletiva de imprensa matinal, uma nota diplomática para responder a estas ações, que disse terem tido “propósitos políticos” antes das eleições nos Estados Unidos em novembro do ano passado.
“Estão obstruindo as alfândegas, o livre-trânsito de mercadorias (…), prejudicam ambas as nações, prejudicam a atividade econômica e comercial e, claro, a circulação normal de pessoas”, disse o presidente.
O comunicado detalhou que, em 14 de setembro, foi fechada uma passagem de pedestres que liga Tijuana (noroeste) à americana San Diego, enquanto no dia 20 do mesmo mês foram suspensas as travessias em um ponto de Piedras Negras (norte) em direção ao vizinho Eagle Pass, Texas.
Mais uma travessia, de Ciudad Juárez (norte) até a americana El Paso, foi fechada em 18 de setembro, mas será reaberta nesta terça-feira após negociação entre os dois países, acrescentou o ministério.
O México também protestou contra as “inspeções exaustivas de caminhões de carga” realizadas pelas autoridades do Texas em dois postos de fronteira e solicitou a mediação de Washington para interromper essas ações.
Ambos os países compartilham uma fronteira de quase 3.200 km. Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial do México, já que o país é o destino de 80% de suas exportações. A maioria chega por via terrestre ao vizinho do norte.
O governo de López Obrador também solicitou a intervenção da Casa Branca para que o Texas, governado pelo republicano George Abbot, retire as boias instaladas na fronteira do Rio Grande para impedir a passagem de migrantes.