ESTADO – O Ministério da Defesa divulgou, na noite desta terça-feira (30/3), a Ordem do Dia, uma mensagem em que afirma que o Golpe de 1964 (A Redentora como era chamado o golpe) “deve ser compreendido e celebrado”. O texto é assinado pelo novo ministro da pasta, Walter Braga Netto.
“O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias. As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população. A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País”, diz um trecho.
“O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março”, completa.
Nesta 4ª feira, 31, completam-se 57 anos desde que o Congresso Nacional depôs o então presidente João Goulart e uma junta militar assumiu o poder, dando início a um período ditatorial que perduraria por 20 anos no país.
A data tem sido celebrada discretamente durante anos em quartéis e clubes militares. No do Rio de Janeiro, o ato mais simbólico, é um tradicional almoço em homenagem a “revolução democrática”, mas esse ano o evento foi cancelado por causa da pandemia da covid-19.
Em decisão de 17 de março deste ano, o TRF-5, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, concedeu ao Exército o direito de realizar comemorações alusivas ao golpe militar de 1964.
A decisão é uma vitória para Bolsonaro, que pretende realizar atos alusivos à data. Em 2020, o Ministério da Defesa também publicou uma “Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964”. O comunicado divulgado na época dizia que aquele dia era considerado um “marco para a democracia brasileira”.