AE – O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta sexta-feira (5) que, apesar da falta de UTI em “alguns estados”, o sistema de saúde do Brasil tem conseguido lidar bem com a pandemia de Covid-19.
Araújo deu a declaração ao ser questionado sobre as ações do governo Bolsonaro no enfrentamento à doença em um evento internacional, promovido pelo Conselho das Américas, sobre a relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos.
“O sistema de saúde está, claro, sob estresse, mas está conseguindo suportar bem. Tem falta de UTI em alguns estados, mas, no geral, o sistema está suportando bem”, disse o ministro.
O chanceler disse acreditar que as pessoas querem ser vacinadas, mas também querem voltar ao trabalho. Segundo Araújo, há “forte pressão popular” contra os lockdowns impostos por governos locais. Ele reconheceu, no entanto, que a situação só deve melhorar na medida em que a vacinação progredir no país.
“O sentimento na população é que nós precisamos voltar ao trabalho. Então, tão logo tenhamos uma decente… nós já temos isso, mas, quando a vacinação estiver mostrando que está fazendo os casos caírem, as coisas vão melhorar, tenho certeza, em algumas semanas”, afirmou.
O ministro afirmou que a vacinação no Brasil está avançando e que, embora esteja atrás dos Estados Unidos e Israel, está comparativamente à frente de países europeus.
“A vacinação está ganhando velocidade. Claro que gostaríamos que estivesse muito mais rápida. Está devagar em comparação aos Estados Unidos ou Israel, mas, em comparação à Europa, não está tão devagar. Os países europeus estão com um pouco mais de 5% da população total vacinada. No Brasil, estamos em torno de 4%, com todos os desafios logísticos que temos. Mas os números [de vacinados] vão subir, temos certeza, nas próximas semanas, com a vacinação”.
Araújo disse ainda que o governo está lidando com a questão da Covid de forma “tremendamente séria” e que ele espera que, em duas ou três semanas, o número de casos no país caia.
“Estamos encarando [a situação] de forma tremendamente séria em relação ao número de casos e de mortes que tão tragicamente subiu. Mas aparentemente, é normal depois do início de uma forte vacinação que os casos subam no país e caiam abruptamente. Nós devemos estar a duas ou três semanas desse ponto, se considerarmos a mesma curva em outros países onde os casos começaram a cair”, afirmou.