A suspensão valerá até que o plenário do STF delibere sobre o tema, previsto no pacote anticrime, do ministro Sergio Moro, que foi aprovado pelo Congresso em dezembro do ano passado. Caberá ao ministro Luiz Fux liberar o processo para a pauta do plenário. A decisão de Fux ocorre uma semana após o presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli, suspender por seis meses o juiz de garantias.
À época, Toffoli afirmou que a implementação da medida “demanda organização, que deve ser implementada de maneira consciente em todo o território nacional, respeitando-se a autonomia e as especificidades de cada tribunal”.
Na avaliação do presidente do STF, o prazo de 30 dias, previsto no pacote anticrime aprovado pelo Congresso Nacional no final do ano passado, “é insuficiente para que os tribunais promovam as devidas adaptações”. Por isso, o ministro defendeu uma transição que possibilite a adoção da medida de maneira “progressiva e programada”.
A figura do juiz de garantias, incluído pelos parlamentares no pacote de Moro, é responsável pela legalidade da investigação criminal no estágio inicial, diferente do magistrado que dá a sentença ao processo.
A medida, contestada desde a publicação da lei, criou uma espécie de atrito entre Moro, que já se manifestou contra o mecanismo, e o presidente Jair Bolsonaro. Em uma de suas transmissões ao vivo nas redes sociais, no início do mês, Bolsonaro chegou a dizer, no entanto, que considerava “difícil” a implantação do mecanismo.
“Eu acho difícil a implementação do juiz de garantia. O problema está lá com o Judiciário, está lá com o Legislativo e vai ser decidido. Vai levar anos para ser decidida essa questão aí. Anos”, disse.