Da Redação – A Moderna, empresa de biotecnologia sediada em Cambridge Massachusetts, anunciou na segunda-feira, 25, o desenvolvimento de uma nova versão de sua vacina para neutralizar a mutação sul-africana da COVID-19. O ensaio clínico foi iniciado por receio de que sua vacina atual tenha pouca eficácia contra essa nova variante.
Testes em amostras de sangue de oito pessoas que receberam as duas doses da vacina da Moderna indicaram que ela era totalmente eficaz contra a variante do Reino Unido; no entanto, produz apenas um sexto dos anticorpos necessários para imunizar contra a modalidade sul-africana em comparação com o vírus original. Isso não significa que a vacina não proteja, mas sim em menor grau.
A mutação é 30% mais contagiosa e aparentemente mais letal. Apesar da Moderna ser considerada eficaz contra essa mutação, ela pode não ser eficaz contra outras mutações como a do Brasil.
Stéphane Bancel, diretor executivo da Moderna, destacou que os estudos reforçam a confiança de que a vacina da Moderna “protege contra essas variantes recém-detectadas“, mas estão trabalhando em uma vacina de reforço contra a variante sul-africana por “precaução“.
A nova pesquisa envolverá milhares de participantes divididos em dois grupos: um receberá a vacina original, enquanto o outro receberá a nova formulação de reforço, segundo informações do Financial Times. Se necessário, a Moderna estima que o reforço da dose para esta nova cepa possa ser administrado no outono.
Na semana passada, cientistas sul-africanos anunciaram que a cepa do vírus descoberta pela primeira vez em seu país era 50% mais contagiosa do que outras. No entanto, eles não encontraram nenhuma evidência de que a nova variante fosse mais mortal ou causasse sintomas mais graves.
A vacina da Moderna foi aprovada para uso de emergência nos Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e outros países. A farmacêutica passa a ser a primeira das grandes fabricantes a anunciar um reforço contra a nova variante.
Nos primeiros testes antes da aprovação, a vacina da Moderna superou a Pfizer, atingindo uma porcentagem de cerca de 94%.