Da Redação – O diplomata norte-americano e vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Henry Kissinger, morreu nesta quarta-feira (29) aos 100 anos, segundo a Kissinger Associates Inc. A causa da morte ainda não foi revelada.
Kissinger morreu em casa, em Connectitcut. O funeral deve ser reservado somente para a família. Uma cerimônia pública de memorial deve ser feita em Nova York.
O diplomata ganhou fama nos anos 1970 por sua forte atuação como Secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos nos governos dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford.
Diante de seu papel no governo norte-americano, Kissinger participou de vários eventos globais importantes, durante a Guerra Fria.
Ele liderou conversas com a União Soviética para controlar a corrida nuclear durante o período; foi responsável por aproximar os Estados Unidos da China; e participou de negociações de paz para a Guerra do Vietnã.
No entanto, também foi alvo de uma série de polêmicas, por ter apoiado ditaduras anticomunistas na América Latina.
Influência na América Latina
Kissinger foi muito criticado por seu apoio às ditaduras anticomunistas, especialmente na América Latina. Na década de 1970, o norte-americano conspirou com a CIA para desestabilizar e encorajar os golpes militares no Chile e na Argentina.
Apontado como criminoso de guerra em alguns países (dentro e fora da América Latina), em seus últimos anos, as suas viagens foram limitadas pelos esforços de outras nações para prendê-lo ou questioná-lo sobre a política externa dos EUA no passado.
Apoio ao programa nuclear do Brasil
Na década de 1970, Kissinger contrariou figuras relevantes do Congresso, do Departamento de Estado e da Agência de Controle de Armas e Desarmamento dos EUA ao apoiar o programa nuclear do Brasil.
Ele argumentou que o país era um dos pilares da política norte-americana na América Latina e que apoiar o governo brasileiro era importante para manter a aliança entre as nações.
Além disso, Kissinger apontou para os interesses econômicos de empresas dos EUA em explorar a indústria nuclear no Brasil.