Falmouth, Massachusetts – Um caso raro de infecção por Vibrio vulnificus, uma bactéria frequentemente chamada de “comedora de carne”, foi confirmado em um nadador idoso na praia de Old Silver Beach, em Buzzards Bay, Cape Cod, segundo autoridades de saúde de Massachusetts. O Departamento de Saúde Pública do estado emitiu um alerta sobre o risco potencialmente fatal dessa bactéria presente em águas costeiras.
O nadador, que tinha uma ferida exposta, contraiu a infecção por Vibrio vulnificus, uma bactéria rara que prospera em águas quentes e salgadas. O apelido “comedora de carne” vem da capacidade da Vibrio vulnificus de causar fasciite necrosante, uma infecção grave que destrói rapidamente a pele, músculos e tecidos moles ao redor de uma ferida. Essa condição pode levar à necrose (morte do tecido), o que explica o termo sensacionalista. No entanto, a Vibrio vulnificus não é a única bactéria associada à fasciite necrosante.
Embora o termo “comedora de carne” seja amplamente usado na mídia, ele pode ser enganoso, já que a bactéria não “come” tecidos no sentido literal, mas libera toxinas que causam a destruição dos tecidos infectados, levando a sintomas graves como vermelhidão, inchaço, bolhas hemorrágicas, dor intensa e, em casos extremos, sepse ou falência de órgãos.
Nos últimos anos, Massachusetts registrou apenas sete casos confirmados de infecção por Vibrio vulnificus, sendo quatro provavelmente adquiridos no estado. Em 2025, já foram reportados 71 casos de infecções por Vibrio no estado, com 30% dos pacientes internados, mas sem mortes confirmadas.
O comissário de Saúde Pública, Robbie Goldstein, explicou: “A bactéria Vibrio vive em águas quentes e salobras, e ondas de calor criam condições ideais para sua proliferação, especialmente entre maio e outubro.” Ele alertou que pessoas com feridas abertas ou que consomem frutos do mar contaminados estão mais suscetíveis à infecção, que pode se espalhar pela corrente sanguínea e causar complicações graves.
Pessoas com doenças como câncer, diabetes, HIV, problemas hepáticos ou em terapia imunossupressora têm maior risco de desenvolver formas severas da doença. Entre 2015 e 2024, Massachusetts registrou uma média de 88 casos anuais de infecções por Vibrio, a maioria ligada ao consumo de frutos do mar contaminados.
Para evitar infecções, as autoridades recomendam:
- Cobrir feridas abertas (incluindo cortes, tatuagens ou piercings recentes) com curativos à prova d’água ou evitar entrar em águas costeiras;
- Proteger feridas ao manusear frutos do mar crus ou seus líquidos;
- Lavar imediatamente qualquer ferida exposta a águas costeiras com sabão e água limpa;
- Pessoas com maior risco devem usar roupas e calçados que protejam contra cortes e arranhões;
- Monitorar feridas expostas por sete dias e procurar ajuda médica se surgirem sintomas como febre, calafrios, pressão baixa, lesões na pele, vermelhidão, dor, inchaço ou secreção.
As autoridades de saúde reforçam a importância de atenção médica imediata para quem apresentar sintomas após contato com águas costeiras ou frutos do mar, especialmente em regiões onde a bactéria é mais comum, como no Golfo do México, que registrou um aumento de casos em 2025.