Deutsche Welle – Resultados das primeiras pesquisas após as eleições em Israel nesta segunda-feira (2) indicam uma apertada vitória do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre seu rival Benny Gantz, mas sugerem que o bloco governista deverá ficar sem os votos necessários para obter a maioria no Parlamento.
Projeções iniciais divulgadas pelas três principais emissoras de televisão israelenses apontavam que a coalizão liderada pelo partido de direita Likud de Netanyahu conquistaria 60 das 120 cadeiras no Knesset [o Parlamento de Israel], ficando apenas a uma vaga da maioria parlamentar.
Pouco depois, os canais 12 e 13 reduziram a projeção para 59 cadeiras, o que, se confirmado, sinaliza novas dificuldades para a formação de uma coalizão de governo, após meses de impasses.
“Ganhamos graças à nossa crença em nosso caminho e graças ao povo de Israel”, disse Netanyahu no Twitter pouco depois da divulgação das primeiras projeções.
Gantz, o líder da legenda centrista Azul e Branco, expressou frustração com os resultados iniciais. “Falarei honestamente: entendo e compartilho da decepção e da dor, porque não é o resultado que queríamos”, disse o candidato aos seus apoiadores.
Para Netanyahu, a vitória, após os resultados inconclusivos das eleições de abril e setembro do ano passado, não deixará de trazer alívio depois de uma campanha marcada pelas suspeitas de corrupção que pesam contra ele.
Sua reeleição ficou ameaçada pelas acusações de recebimento de propinas, quebra de confiança e fraude, relacionadas a alegações de que ele teria concedido favores em nome do Estado para os grandes empresários de mídia no país, envolvendo milhões de dólares, em troca de cobertura jornalística favorável. O premiê nega todas as acusações.
Netanyahu fez uma campanha fortemente baseada em políticas de segurança, que parece ter conseguido manter o apoio de sua base eleitoral e se sobrepor ao fato de que ele deverá ser levado a julgamento no dia 17 de março.
Se conseguir obter a maioria parlamentar, o Netanyahu poderá honrar as promessas de anexar assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada e no vale do rio Jordão, como previsto do plano de paz para a região apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A proposta do acordo de paz foi rechaçada pelos palestinos, que afirmam ser um presente de Trump para Israel. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse ao Conselho de Segurança da ONU que o plano anula os direitos dos palestinos à “autodeterminação, liberdade e independência”.