JSNEWS – Pelo menos mais seis escolas da Big Apple devem abrigar temporariamente imigrantes em suas quadras esportivas que serão convertidos em abrigos, a decisão que foi anunciada pela administração da cidade nessa segunda-feira,15, despertou algumas preocupações nos pais dos alunos que frequentam essas escolas diante da possibilidade de que o aprendizado possa ser prejudicado, outra questão que também preocupa os pais é a segurança de seus filhos.
“Levar as pessoas para nossa escola e esperar que a comunidade os acolha é simplesmente insano”, lamentou Virginia Vu, membro do PTA e mãe da MS 577 do Brooklyn, em Williamsburg – acrescentando que alguns pais já ameaçaram retirar, pelo menos temporariamente, os filhos da escola. “Nós nos preocupamos com os solicitantes de asilo, e estamos orgulhosos de que nossa cidade seja uma ‘cidade-santuário’ – mas abrigar requerentes de asilo em escolas é absolutamente inaceitável”, disse ela.
A MS 577 compartilha uma quadra esportiva com a PS 17 – uma das cinco escolas primárias do Brooklyn que em breve também terão alguns requerentes de asilo vivendo em seus ginásios, enquanto a cidade de Nova York luta para lidar com a crescente crise migratória.
As outras escolas primárias que serão convertidas em abrigos são PS 18 e PS 132, ambas em Williamsburg, PS 172 em Sunset Park e PS 189 perto de Prospect-Lefferts Gardens. O PS 17, 18, 132 e 172 abriga o jardim de infância até o quinto ano, enquanto o PS 189 vai do jardim de infância até a oitava série.
O PS 17 e o MS 577 estavam se preparando para receber ônibus carregados de migrantes – potencialmente adultos solteiros do sexo masculino – a partir dessa terça-feira,16, informou o NY Post.
Na segunda-feira,15, algumas camas já haviam sido montadas dentro do ginásio MS 577 e PS 17, enquanto as autoridades municipais davam os últimos retoques no novo local.
Outros 300 imigrantes devem ser alojados na antiga Escola Richard H. Hungerford, na Tompkins Avenue, em Staten Island.
A chegada de migrantes no ginásio da MS 577 e PS 17 significa, essencialmente, que as crianças ficarão “presas” sem atividades físicas uma vez que a quadra esportiva do ginásio e o playground ao ar livre estarão, de acordo com alguns pais, destinados aos imigrantes.
“A escola ficará sob lockdown durante todo o dia”, disse Vu, acrescentando que as atividades ao ar livre após as aulas também serão suspensas. “Os alunos ficarão presos dentro da sala de aula e não poderão sair para o recreio ou para a educação física, o que será um enorme prejuízo para o seu bem-estar”, disse. “Essas crianças acabaram de passar pela COVID e agora estão sendo trancadas dentro da sala de aula.”
Damaris Fernandez, que tem filhos na MS 577 e na PS 17, disse que a adição de migrantes também é uma questão de segurança. “As escolas são mantidas seguras por um motivo. Os pais têm que se identificarem e passar por uma checagem de segurança quando vão à escola por algum motivo, mas agora haverá imigrantes com os alunos durante o recreio”, disse Fernández. “Ninguém concorda com o que está acontecendo.”
Em uma carta aos pais no domingo, a diretora da MS 577, Maria Masullo, insistiu que o impacto provocado pelos imigrantes no patrimônio da escola será mínimo. “Isso não deve afetar as operações da escola, nem os abrigados terão acesso a qualquer outra parte da escola”, disse Masullo.
Alguns pais do PS 172 disseram que não acreditam em ninguém que diga a eles que seus filhos não serão afetados, de alguma forma, por esses imigrantes que se mudaram para a escola onde estudam ou que não há preocupações legítimas da segurança de seus filhos.
Outros pais do PS 172 criticaram o prefeito Eric Adams (Dem.) por transformar as escolas municipais em abrigo para requerentes de asilo.
A prefeitura por sua vez disse na última segunda-feira em um comunicado que: Como temos dito há meses, estamos no meio de uma crise humanitária, tendo aberto aproximadamente 150 locais de emergência, incluindo oito centros de ajuda humanitária em grande escala, para atender mais de 65.000 solicitantes de asilo.
Recebemos mais de 4.200 requerentes de asilo só na semana passada e continuamos a receber centenas de requerentes de asilo todos os dias. Estamos abrindo abrigos emergenciais e dormitórios, mas estamos sem espaço. Todos devemos esperar que essa crise afete todos os serviços da cidade.
Finaliza.