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Uma pessoa residente em Nova York testou positivo para o vírus chikungunya, no que as autoridades de saúde estaduais afirmam ser a primeira transmissão reportada dessa doença transmitida por mosquitos dentro dos Estados Unidos em seis anos. O Departamento de Saúde do Estado anunciou na terça-feira que o vírus, que tem se espalhado na China e em outras regiões, foi identificado em uma pessoa que vive no condado de Nassau, em Long Island.
Em um comunicado separado, o departamento de saúde do condado informou que a pessoa começou a apresentar sintomas em agosto, após viajar para fora da região, mas sem sair do país. Não está claro exatamente como a pessoa, cuja identidade não foi revelada pelas autoridades, contraiu o vírus. As autoridades de saúde afirmam que a pessoa provavelmente foi picada por um mosquito infectado, mas também destacam que o vírus não foi detectado em populações de mosquitos locais e não há evidências de transmissão contínua na região.
O vírus chikungunya é transmitido principalmente por mosquitos do gênero Aedes, como o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, que são diferentes dos mosquitos Culex, vetores do vírus do Nilo Ocidental. O tipo de mosquito conhecido por transmitir o chikungunya está presente em partes da área metropolitana de Nova York, incluindo os subúrbios de Long Island, o que explica a possibilidade de transmissão local, embora rara.
Diferentemente do vírus do Nilo Ocidental, que não é transmitido pelos mosquitos Aedes, o chikungunya depende desses vetores específicos, que preferem ambientes urbanos e água parada em recipientes artificiais. A doença não pode ser transmitida diretamente de uma pessoa para outra, o que limita sua disseminação em comparação com doenças respiratórias.
O comissário de saúde estadual, James McDonald, afirmou que, como os mosquitos são menos ativos durante as temperaturas mais frias do outono, o risco atual de transmissão é “muito baixo”. O chikungunya é encontrado principalmente em regiões tropicais e subtropicais, segundo o departamento de saúde estadual. Seus sintomas incluem febre, dores articulares intensas, dor de cabeça, dor muscular, inchaço nas articulações e erupções cutâneas.
Esses sintomas são consistentes com os casos observados em outras regiões, como o Brasil, onde o chikungunya é uma preocupação de saúde pública devido ao clima favorável à proliferação dos mosquitos Aedes.
No Brasil, surtos de chikungunya são comuns em áreas urbanas e rurais, diferente de Nova York, onde casos locais são raros devido ao clima menos propício. A doença raramente é fatal, e a maioria dos pacientes se recupera em uma semana, embora recém-nascidos, idosos e pessoas com condições crônicas, como hipertensão e diabetes, apresentem maior risco, segundo a agência.
Os Estados Unidos e seus territórios não registravam um caso de transmissão local do vírus desde 2019. O estado de Nova York teve outros três casos de chikungunya este ano, embora todos tenham sido associados a viagens internacionais para regiões onde o vírus é prevalente, segundo as autoridades de saúde estaduais.
Mosquitos locais também podem transmitir outros vírus perigosos, como o vírus do Nilo Ocidental, a encefalite equina oriental e o vírus Jamestown Canyon. O vírus do Nilo Ocidental é transmitido por mosquitos Culex, que não são vetores de zika ou dengue, ao contrário dos mosquitos Aedes que transmitem o chikungunya. Essa distinção é importante, pois as estratégias de controle de mosquitos variam dependendo do vetor. Por exemplo, os Culex são mais ativos ao entardecer e à noite, enquanto os Aedes picam principalmente durante o dia.