Por: Eliana Pereira Ignacio – O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, foi instituído pela ONU em 2007 para divulgar informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e combater o preconceito. Esta data tem como objetivo promover a compreensão do autismo, reforçar a importância da inclusão social e destacar os benefícios da intervenção precoce para o desenvolvimento infantil e a qualidade de vida de pessoas com TEA.
O Transtorno é uma condição do neurodesenvolvimento que se manifesta por dificuldades na comunicação e interação social, padrões de comportamento repetitivos e interesses restritos. Cada pessoa no espectro é única, o que originou o termo “espectro” para representar essa diversidade. Algumas enfrentam desafios significativos na fala e interação, enquanto outras possuem habilidades excepcionais, como talento em matemática, música ou artes.
Compreender essas particularidades e investir em abordagens terapêuticas personalizadas pode transformar a vida de indivíduos autistas e seus familiares. A intervenção precoce desempenha um papel essencial, permitindo que crianças com sinais como dificuldades na fala, comportamentos repetitivos e ausência de contato visual recebam suporte especializado.
Estudos confirmam que intervenções realizadas nos primeiros anos de vida promovem avanços significativos na comunicação, interação social e independência nas atividades cotidianas. Essas ações reduzem a necessidade de suporte intensivo a longo prazo, proporcionando maior autonomia e qualidade de vida. Estratégias terapêuticas bem-sucedidas incluem a implementação de terapias ajustadas às necessidades individuais, desenvolvidas por profissionais capacitados. Entre as abordagens terapêuticas destacam-se a terapia ABA, que auxilia na aquisição de habilidades sociais e cognitivas; a terapia ocupacional, que trabalha habilidades motoras e sensoriais; a fonoaudiologia, que melhora a comunicação verbal e não verbal; a intervenção psicológica, que regula emoções e oferece suporte à família; e a educação especializada, que adapta o ambiente escolar para inclusão e aprendizado mais efetivo. Cada uma dessas terapias desempenha um papel importante ao atender às necessidades específicas de cada criança autista.
A participação ativa da família é imprescindível. Pais e cuidadores informados e engajados criam um ambiente acolhedor e seguro, favorecendo o desenvolvimento da autonomia e o bem-estar emocional da criança. Além disso, familiares podem buscar apoio em grupos, participar de terapias familiares e manter o diálogo com profissionais especializados, contribuindo para o sucesso das intervenções. A aceitação familiar é um fator-chave. Como destacou Temple Grandin, cientista e ativista autista: “A diferença não significa defeito.” Esse entendimento transforma vidas e fortalece a inclusão.
Para muitos adultos, o diagnóstico de TEA ocorre tardiamente. Apesar de desafiador, descobrir-se no espectro pode trazer alívio e permitir uma melhor compreensão das próprias experiências. Pessoas que passaram anos enfrentando dificuldades sem compreender suas peculiaridades encontram no diagnóstico tardio uma oportunidade de conectar-se com sua identidade, buscar suporte especializado e adotar estratégias para viver de maneira mais plena e autêntica. Por fim, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo reforça a importância de tratar cada pessoa com respeito às suas singularidades e de promover intervenções baseadas em evidências científicas, conduzidas por profissionais qualificados. Investir em conscientização e inclusão é essencial para criar uma sociedade mais acolhedora e compreensiva.
Como afirmou Tony Attwood, psicólogo infantil: “Cada criança autista possui um universo de possibilidades; basta que ofereçamos as ferramentas certas para que elas brilhem.”
“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” Gálatas 6:2
Até a próxima semana !!!
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com