REUTERS – O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama fez discurso nesta 4ª feira (19.ago.2020) durante o 3º dia de convenção democrata.
Em cerca de 20 minutos, com momentos em que chegou a se mostrar emocionado, Obama falou ao vivo, diferentemente de outros oradores que haviam gravado seus discursos devido ao modelo de evento quase 100% digital adotado pelos democratas por causa da pandemia.
Obama discursou do Museu da Revolução Norte-Americana, na Filadélfia. Ao fundo dele havia uma mensagem da Constituição dos EUA, o que conversou diretamente com o tom predominante do discurso do ex-presidente: a defesa da democracia e dos valores norte-americanos.
Obama criticou o atual presidente e candidato à reeleição, Donald Trump, por sua incapacidade de diálogo e por supostamente apreciar ditaduras. “Por quase 4 anos, ele não demonstrou nenhum interesse em trabalhar, em buscar consenso“.
“Donald Trump não desempenhou bem o seu trabalho. Porque ele não consegue. E as consequências de seu fracasso são muitas”, continuou, citando mortes por covid-19 nos EUA e o aumento do desemprego.
O democrata reafirmou sua confiança no ex-vice e atual candidato à Presidência, Joe Biden. “Nesta noite, estou pedindo que acredite na capacidade de Joe“.
Exaltou também a senadora Kamala Harris, vice na chapa de Biden. “O que eu sei de Joe e Kamala é que eles se preocupam profundamente com o povo e com a democracia. Ninguém está acima da lei. Eles entendem que, numa democracia, o comandante-chefe não usa as Forças Armadas contra manifestantes pacíficos que protestam em casa“.
A declaração de Obama faz referência a ações policiais ordenadas por Trump em repressão aos protestos antirracistas ocorridos em vários Estados norte-americanos no fim de maio e no mês de junho, depois do assassinato do homem negro George Floyd.
A luta contra o racismo foi o ponto do discurso que levou Obama a adotar um tom passional. “Os jovens nos lideraram neste verão e nos lembraram que precisamos ser melhores de muitas maneiras“, disse.
Obama exaltou em mais de uma ocasião o direito ao voto, que é facultativo nos Estados Unidos.
“Este presidente e aqueles que estão no poder… E aqueles que se beneficiam em deixar as coisas do jeito que elas estão… Eles sabem te convencer que o seu voto não importa. É assim que eles ganham. É assim que eles continuam tomando decisões que afetam a sua vida. E a vida das pessoas que você ama“, afirmou.