O presidente Jair Bolsonaro decidiu promover a troca de maior impacto no núcleo duro do governo e deslocar o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para outra função. O substituto de Onyx será o general Walter Braga Netto, chefe do Estado- -Maior do Exército, que comandou a intervenção na segurança do Rio, em 2018.
Considerado o “capitão do time” na montagem da equipe, Onyx teve suas tarefas esvaziadas dia após dia por Bolsonaro e vai ser transferido para o Ministério da Cidadania, pasta que cuida do programa Bolsa Família e hoje é comandada por Osmar Terra. Com a mudança, todos os ministros com assento no Palácio do Planalto terão agora origem militar.
Ao completar 13 meses de governo e dizendo estar “sobrecarregado”, Bolsonaro tem se cercado cada vez mais de integrantes das Forças Armadas e até se reaproximou do vice, general Hamilton Mourão. Na dança das cadeiras, Terra poderá retornar à Câmara, já que é deputado licenciado como Onyx, do DEM, ou até assumir uma embaixada.
As trocas não foram oficializadas ainda porque, além de ter fi cado irritado com o “vazamento” da informação, Bolsonaro também procura acomodar Terra para não desagradar ao MDB. Terra é hoje o único ministro do MDB e o presidente avalia a possibilidade de oferecer a ele uma representação diplomática na Argentina ou na Espanha.
O Estado revelou, nos últimos dias, que o Ministério da Cidadania contratou uma empresa suspeita de ter sido usada como laranja para desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos, apesar dos alertas de fraude. Ainda ontem, Bolsonaro cobrou explicações de Terra sobre a contratação da Business to Tecnology (B2T), alvo de Operação da Operação Gaveteiro, da Polícia Federal.