JSNEWS — Pouco mais de um mês após o cardeal Robert Prevost se tornar o Papa Leão XIV, o primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos, uma pesquisa da Associated Press-NORC revela entusiasmo entre os católicos americanos. Cerca de dois terços dos católicos do país têm uma visão “muito” ou “razoavelmente” favorável do novo papa, enquanto 3 em cada 10 afirmam não saber o suficiente para opinar. Menos de 1 em cada 10 católicos o vê de forma desfavorável.
Entre os americanos em geral, 44% expressam uma opinião positiva sobre Leão XIV, um percentual semelhante ao daqueles que ainda não formaram uma opinião, e apenas 1 em cada 10 o avalia negativamente. “Estou otimista. Um papa americano é significativo”, diz Terry Barber, católico de 50 anos de Sacramento, Califórnia, que se identifica como democrata. Ele espera um pontificado “mais progressista e moderno”, com maior aceitação.
O apelo de Leão XIV transcende divisões políticas. Cerca de metade dos democratas, 4 em cada 10 republicanos e independentes veem o papa favoravelmente. Republicanos, porém, tendem a ser mais cautelosos: metade diz não ter opinião formada, contra 4 em cada 10 democratas. “Estou torcendo por ele”, afirma Victoria Becude, católica republicana de 38 anos da Flórida. “Espero que ele traga o país de volta à doutrina católica e nos encha de orgulho.”
Apesar das diferenças ideológicas, católicos de todo o espectro esperam que Leão XIV cure divisões deixadas pelo pontificado de Francisco. O papa criticou recentemente o avanço de movimentos nacionalistas, pregando reconciliação, em linha com sua promessa de tornar a Igreja um símbolo de paz. Antes de ser papa, Prevost liderou reformas sob Francisco, como a inclusão de mulheres no conselho vaticano que avalia nomeações de bispos, embora tenha reafirmado que mulheres não podem ser ordenadas sacerdotes.
“Espero que ele continue promovendo mulheres em cargos de governança”, diz Donald Hallstone, católico de 72 anos do Oregon, destacando a escassez de padres. Já Becude, apesar de conservadora e contrária a uniões homossexuais, defende o direito ao aborto: “Não se deve impedir as mulheres de decidir, pois desconhecemos suas circunstâncias.”
Entre outros grupos religiosos, como protestantes e não afiliados, metade ainda não formou opinião, e apenas 1 em cada 10 tem visão negativa. Americanos acima de 60 anos, mais propensos a serem católicos, têm maior aprovação (50%) que os menores de 30 anos (40%). “Ele traz algo novo”, diz Mercedes Drink, 31 anos, de Minnesota, que espera mudanças, como a ordenação de mulheres, para modernizar a Igreja.
A pesquisa AP-NORC com 1.158 adultos foi realizada de 5 a 9 de junho, usando uma amostra extraída do AmeriSpeak Panel baseado em probabilidade do NORC, que é projetado para ser representativo da população dos EUA. A margem de erro amostral para adultos em geral é de mais ou menos 4 pontos percentuais.