Da Redação – De acordo com um estudo conduzido, por mais de dois anos, pela Academia Americana de Artes e Ciências dos Estados Unidos e publicado pelo jornal NY Times nessa segunda-feira, 26, revelou que muitos americanos acredita que a economia é conduzida pelos “ricos e poderosos para benefício próprio movidos apenas pela ganancia e o egoísmo” e que estes deixam muito pouco ou nada para os outros. Quando questionados sobre o que motiva a prosperidade, a reposta simples, que veio de imediato a mente é apenas uma palavra: “ganância”.
Sabemos que os americanos se sentem assim porque com o apoio de uma equipe, como parte de um projeto a Academia Americana realizou uma serie de debates com a participação de mais de 30 grupos de discussão em quase todos os estados do país, e embora os indicadores nacionais possam sugerir que a economia está forte, a maioria dos americanos disseram que não percebe essa prosperidade em seu dia a dia. Em vez disso, o entendimento sobre a economia é de ela esta sujeita a um conjunto de forças externas que parece estar fora de controle e que esta força tem o poder de suas vidas de modo arbitrário.
A percepção predominante de que apenas ganância e o egoísmo é a fonte de sucesso financeiro é uma percepção que antiga que, muitas vezes, encontra amparo no discurso religioso e nos meios acadêmicos ligados a esquerda, entretanto esse sentimento comum foi exacerbado recentemente pela inflação e a desvalorização do valor da mão de obra menos especializada. Os americanos experimentam esses fenômenos, não como conceitos abstratos ou pontos de discussão de uma ideologia política, mas sim, de modo concreto, nos supermercados, nas farmácias e nos postos de gasolina.
A desigualdade de renda tem diminuído nos últimos anos, mas não é possível convencer que isto esta acontecendo para alguém que esta tendo dificuldades para manter as contas em dia.
Então não é necessariamente a distribuição real da riqueza que incomoda as pessoas, mas a sensação de que a economia está sendo manipulada contra elas, e embora o mercado de trabalho tenha produzido ganhos históricos para os trabalhadores de baixa renda nos Estados Unidos, muitos destes não conseguem juntar dinheiro suficiente para criar uma rede de segurança.
Se há uma única explicação para a insatisfação com a economia, é a falta de “segurança financeira”. Embora a assistência do governo durante a pandemia tenha ajudado muita gente em 2020 e 2021, milhões de famílias ainda enfrentaram dificuldades para equilibrar suas finanças. Esse sentimento de instabilidade não esta se dissipando.
O estresse causado pela “insegurança financeira” é um elemento desenfreado da vida americana. Enquanto alguns projetam para si uma carreira de sucesso, muitos outros buscam apenas sobreviver.
As métricas tradicionais revelam a extensão dessa insegurança. Em junho do ano passado, um relatório setorial constatou que a inadimplência nos financiamentos de automóveis era maior do que no auge da Grande Recessão de 1929. O uso de cartões de crédito aumentou, e o índice de inadimplência está entre os mais altos da última década. Ainda em 2022, o índice de insegurança alimentar nos Estados Unidos atingiu o maior nível desde 2015.
Essas tendências não afetam todos os americanos da mesma forma. A maioria afeta desproporcionalmente as famílias negras e hispânicas, o que talvez ajude a explicar os avanços dos republicanos nessas comunidades.
A geografia também desempenha um papel importante.
Em algumas partes do país, principalmente nas áreas rurais, muitas pessoas sentem que foram deixadas de fora do progresso e da promessa da economia de alta tecnologia. Mesmo que suas finanças estejam saudáveis, estes parecem temer pelo futuro de sua comunidade.
O sistema político supostamente deveria melhorar esse quadro, mas em vez disso, muitos americanos veem os políticos como incapazes de fazer algo para ajudá-los ou pouco dispostos a agir, isso leva parte dessa população a desacreditar na capacidade da democracia americana agir em beneficio do americano comum, mas apenas de grupos específicos.
Muitos americanos também acreditam que Washington está mergulhada em disputas sobre assuntos que têm pouco efeito em sua vida. Muitos acreditam que os políticos estão cuidando de seu partido político, não do povo americano, mas de uma agenda pautada por motivos obscuros.
Portanto, não é surpresa nenhuma que muitos estejam tão pessimistas em relação a uma economia aparentemente forte, um produto interno bruto em alto num momento em que muitos americanos se sentem como se estivessem se afogando.
Com informações The New York Times