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Apesar do clima de medo provocado pelas políticas de imigração da segunda administração Trump, a grande maioria dos imigrantes que vivem nos Estados Unidos afirma que, se pudesse voltar no tempo, ainda escolheria vir para o país — e pretende continuar aqui, mesmo sob risco real de deportação. Os dados são da pesquisa “KFF/The New York Times 2025 Survey of Immigrant Families”, divulgada na terça-feira (18), que ouviu 1.805 imigrantes adultos (cidadãos naturalizados, residentes permanentes legais e indocumentados) entre 28 de agosto e 20 de outubro de 2025. A margem de erro é de ±3 pontos percentuais.
Metade dos imigrantes se sente menos segura no segundo mandato de Trump 49% afirmam que eles e suas famílias “se sentem menos seguras” desde que Donald Trump voltou à Casa Branca em janeiro de 2025.
- Apenas 19% dizem se sentir “mais seguros”.
- 32% relatam sentir “quase o mesmo” em termos de segurança.
O aumento do medo é especialmente marcante entre os imigrantes legalizados:
- 41% dos cidadãos naturalizados e residentes permanentes legais agora temem que eles próprios ou algum familiar próximo seja detido ou deportado — um salto em relação aos 26% registrados em pesquisa semelhante de 2023. Mesmo com medo, a maioria quer ficar.
Apesar da insegurança, a pesquisa mostra uma resiliência impressionante:
- Mais de 70% dos entrevistados (incluindo indocumentados) afirmam que, se pudessem voltar no tempo, ainda escolheriam migrar para os Estados Unidos.
- Apenas 36% consideram os EUA “um ótimo lugar para imigrantes” atualmente, mas 60% dos que pensam assim dizem que “os EUA costumavam ser um ótimo lugar, mas já não são mais”.
Por que decidem permanecer?
Os próprios entrevistados apontam os principais motivos para não sair, mesmo diante das deportações e operações do ICE em cidades antes consideradas “santuário”:
- Oportunidades econômicas e empregos que ainda não encontram equivalente nos países de origem.
- Educação de qualidade para os filhos (mesmo com medo, 30% dos pais evitaram levar crianças ao médico por receio de fiscalização).
- Raízes familiares já estabelecidas: muitos têm filhos cidadãos americanos ou cônjuges legalizados.
- Percepção de que, apesar de tudo, os EUA continuam oferecendo mais segurança e liberdade do que os países que deixaram — especialmente para quem fugiu de violência, perseguição política ou colapso econômico.
“É um medo real, mas é também uma escolha racional”, resumiu Arturo Vargas, diretor executivo da NALEO Educational Fund, ao comentar os resultados. “As pessoas pesam o risco da deportação contra a quase certeza de uma vida pior se voltarem.”
Fonte oficial:
- KFF/The New York Times 2025 Survey of Immigrant Families https://www.kff.org/racial-equity-and-health-policy/kff-new-york-times-2025-survey-of-immigrants-worries-and-experiences-amid-increased-immigration-enforcement/


