JSNEWS – Uma pesquisa recente da Quaest/Genial, realizada entre 13 e 17 de agosto de 2025, aponta uma significativa mudança na opinião dos brasileiros sobre potências globais. A imagem dos Estados Unidos piorou, enquanto a percepção sobre a China e a Argentina melhorou, refletindo tensões comerciais e alinhamentos geopolíticos. A visão favorável dos brasileiros sobre os EUA caiu de 56% em outubro de 2024 para 44% em agosto de 2025, segundo a Quaest. Em contrapartida, a opinião desfavorável saltou de 25% para 48%.
Analistas atribuem essa queda às tarifas de 50% impostas pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros, o que gerou descontentamento, especialmente entre eleitores do presidente Lula, onde apenas 23% mantêm uma visão positiva dos EUA. Entre apoiadores de Jair Bolsonaro, a percepção favorável é bem maior, alcançando 72%.
Por outro lado, a China viu sua imagem melhorar significativamente. A opinião favorável ao país asiático subiu de 34% para 49% no mesmo período, enquanto a visão desfavorável caiu de 41% para 37%.
O crescimento foi mais expressivo entre eleitores de Lula, com a aprovação saltando de 41% para 61%.
Dados do Datafolha, de 31 de julho de 2025, reforçam essa tendência, mostrando que 23% dos brasileiros confiam muito na China como parceiro comercial, contra 19% nos EUA. A Argentina também registrou melhora, com a opinião favorável subindo de 36% para 42%, enquanto a desfavorável permaneceu estável, em torno de 40%. A proximidade econômica e diplomática pode explicar essa percepção mais equilibrada.
A pesquisa da Quaest ouviu 2.004 pessoas, com margem de erro de 2 pontos percentuais, e foi encomendada pela Genial Investimentos. Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, as tarifas americanas aproximaram o Brasil da China, vista como mais alinhada aos interesses nacionais. Esses dados sugerem que eventos globais, como o “tarifaço” de Trump, estão moldando a opinião pública brasileira, com impactos que podem refletir nas relações internacionais do país.