FSP – O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1,2% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os últimos três meses de 2020, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (1º). Esse é o terceiro resultado positivo do indicador, depois dos recuos registrados no ano passado, de queda de 2,2% no primeiro trimestre e tombo de 9,2% no segundo trimestre.
Com o resultado, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014, disse o IBGE.
Em valores atuais, o PIB, que é soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,048 trilhões, segundo dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais.
Mesmo com a segunda onda da pandemia de Covid-19, o PIB cresceu no primeiro trimestre, já que, diferente do ano passado, não houve tantas restrições que impediram o funcionamento das atividades econômicas no país.
Alta é puxada por agropecuária, indústria e serviços
A expansão da economia brasileira veio dos resultados positivos na agropecuária (5,7%), na indústria (0,7%) e nos serviços (0,4%), diz o IBGE.
Na agropecuária, o instituto diz que a alta foi puxada pela melhora na produtividade e no desempenho de alguns produtos, sobretudo, a soja, que tem maior peso na lavoura brasileira e previsão de safra recorde este ano.
Já na atividade industrial, o avanço veio das indústrias extrativas (3,2%). Também apresentou crescimento a construção (2,1%). O único resultado negativo foi das indústrias de transformação, com queda de 0,5%. Todos subsetores da indústria cresceram, menos a indústria de transformação, que tem o maior peso, impactada pela indústria alimentícia, que afetou o consumo das famílias.
Nos serviços, que contribuem com 73% do PIB, os resultados positivos foram em transporte, armazenagem e correio (3,6%), intermediação financeira e seguros (1,7%), informação e comunicação (1,4%), comércio (1,2%) e atividades imobiliárias (1%).
A única variação negativa foi a da administração, saúde e educação pública (-0,6%). Não está havendo muitos concursos para o preenchimento de vagas e está ocorrendo aposentadoria de trabalhadores, reduzindo a ocupação do setor. Isso afeta a contribuição da atividade para o valor adicionado.
Principais destaques do PIB no 1º trimestre
- Serviços: 0,4%
- Indústria: 0,7%
- Agropecuária: 5,7%
- Consumo das famílias: -0,1%
- Consumo do governo: -0,8%
- Investimentos: 4,6%
- Exportação: 3,7%
- Importação: 11,6%
- Construção civil: 2,1%
Consumo das famílias fica estável
O consumo das famílias ficou estável no primeiro trimestre deste ano, frente ao quarto trimestre. Já o consumo do governo teve queda de 0,8%.
A balança comercial brasileira teve uma alta de 3,7% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações cresceram 11,6% em relação ao quarto trimestre de 2020.
No ano passado, a economia brasileira sentiu os efeitos da pandemia, e o PIB brasileiro registrou tombo de 4,1%, a maior retração desde 1990, quando o indicador recuou 4,35%, no governo do ex-presidente Fernando Collor.