FOLHAPRESS – O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que a Polícia Militar sabia da chance de ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que, ainda assim, não trabalhou para evitá-lo. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o governador explica que esse foi o motivo da exoneração de Sérgio Luiz Ferreira de Souza, subcomandante da polícia.
Questionado porque decidiu fechar a Esplanada apenas no último domingo (14), embora manifestações antidemocráticas aconteçam em Brasília desde abril, Ibaneis disse considerar o ataque com fogos de artifícios, promovido pelo grupo “300 do Brasil”, uma situação diferente.
Ibaneis confirma que, para ele, houve falta de ação da Polícia Militar no episódio.
“Acho (que houve inação da PM), tanto que exonerei o subcomandante. Porque se ele já tinha informações de que iria acontecer aquilo, eles deveriam ter proibido que esses meliantes estivessem lá. No momento da desmobilização do acampamento, ele sabia que isso ia acontecer. Por isso o subcomandante foi exonero”, explica o governador.
“Tivemos as informações de que no tal acampamento dos 300 estava sendo preparado com armamentos, com outros tipos de munições, um ataque a instituições da República, como de fato ocorreu no sábado no Supremo. Por isso, o fechamento. O que estava se colocando ali era um ataque muito claro aos Poderes da República, em especial ao STF, por isso a decisão de fechamento”, revelou o governador.
O governador ainda fez questão de ressaltar que, em sua avaliação, as manifestações que acontecem há meses no DF não são, em sua totalidade, antidemocráticas. Por isso, ele não agiu para evitá-las.
“Os atos que tiveram ali, na Esplanada, tiveram alguns fatos que poderiam ser trazidos como antidemocráticos ou como agressão ao Supremo, temo que o Supremo abriu um inquérito e está apurando. Mas não era uma manifestação, você via pessoas normais, que estava ali se manifestando em apoio a Bolsonaro”, argumentou Ibaneis.