REUTERS – Dezenas de policiais franceses usaram gás lacrimogêneo para dispersar um protesto, nesta quarta-feira, contra o plano do presidente Emmanuel Macron de exigir um certificado de vacina contra a Covid-19 ou um teste PCR negativo para obter acesso a bares, restaurantes e cinemas a partir do próximo mês. A polícia interveio logo depois que vários manifestantes marcharam por uma avenida no centro de Paris sem a permissão das autoridades. Alguns carregavam cartazes que diziam: “Não ao passe de saúde”.
O plano de Macron faz parte das medidas anunciadas nessa terça-feira para combater um rápido aumento de novas infecções por coronavírus, incluindo a vacinação obrigatória de profissionais de saúde e novas regras de saúde para o público em geral.
Entre outras propostas no projeto de lei do governo está o isolamento obrigatório por 10 dias de todas as pessoas com resultados positivos em testes para Covid-19, com a polícia fazendo verificações aleatórias, segundo a mídia francesa.
Ao propor tais restrições, Macron foi mais longe do que a maioria das outras nações europeias, à medida que a altamente contagiosa variante Delta, primeiramente detectada na Índia, cria uma nova onda de casos. Ainda sem reagir, outros governos observam cuidadosamente para ver como o público francês responderá às medidas.
Alguns críticos do plano de Macron, que vai exigir que shoppings, cafés, bares e restaurantes verifiquem os passes de saúde de todos os clientes a partir de agosto, acusam o presidente de suprimir as liberdades e discriminar quem não quer tomar vacina contra a Covid.
“É totalmente arbitrário e completamente antidemocrático”, disse um manifestante que se identificou como Jean-Louis.
Macron diz que a vacina é a melhor maneira de colocar a França de volta à normalidade e que ele está incentivando o maior número possível de pessoas a se vacinarem. No país, 52,7% da população recebeu ao menos uma dose do imunizante. Os que receberam as duas doses são 36,4%.
O protesto, que ocorreu hoje em outras cidades como Nantes, Marselha e Montpellier, coincidiu com a celebração do Dia da Bastilha, marco da Revolução Francesa em 1979