O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar na quinta-feira, 14, sobre o decreto que assinou para liberar academias de ginástica, salões de beleza e barbearias como serviços essenciais durante a pandemia do novo coronavírus, que tem sido rejeitado por governadores entre eles João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ). O presidente da República também disse que o chamado lockdown (bloqueio total) “não dá certo” no combate à covid-19.
“Não precisa dessa gana toda para conter a expansão [do coronavírus]. Conter por um tempo, porque o vírus vai atingir pelo menos 70% da população. Essa maneira radical de proporcionar lockdown… Eu não falo inglês, como é? Lockdown. Não dá certo, e não deu certo em lugar algum do mundo. A Suécia está bem com sua economia.
Se morrem 100 pessoas aqui e 100 no Uruguai, há uma diferença enorme. Lá a população é 30 ou 40 vezes menor do que a nossa”, afirmou. A declaração foi feita durante a tradicional live realizada pelo presidente no Facebook às quintas-feiras. “Alguns governadores, fui avisado, não vão cumprir nosso decreto.
Se algum governador é contra nosso decreto, entre com ação, vá na Justiça. Vá na Justiça que pode, aí, uma autoridade do Judiciário dizer que o decreto é inconstitucional. Esse é o caminho, não é simplesmente dizer ‘não vou cumprir’.
Esse é o caminho de alguém que está à frente do Executivo. Na ponta da linha, com todo respeito aos governadores, quem tem de decidir é o prefeito. Há diferença enorme entre um município e outro, até no Rio de Janeiro. Cada caso é um caso. Leva-se em conta a quantidade de habitantes [de cada cidade]”, disse.