
Medford (MA), 29 de setembro de 2025 –
Na Plaza Dag Hammarskjöld, a poucos passos da sede da ONU, o presidente colombiano Gustavo Petro, ex-guerrilheiro do M-19 e advogado de formação, transformou um protesto pró-Palestina em um palco para sua retórica incendiária. Com um megafone, ao lado do músico Roger Waters, Petro não se contentou em defender Gaza, que ele chama de vítima de um “genocídio” comparável ao Holocausto. Ele foi além, incitando soldados americanos a “desobedecerem as ordens de Trump” e “obedecerem à ordem da humanidade”, enquanto pedia uma “força armada maior que o exército dos EUA” para “libertar os palestinos”. Em menos de 24 horas, o Departamento de Estado revogou seu visto, classificando as falas como “irresponsáveis e incendiárias”.
Petro, com sua astúcia jurídica, sabia exatamente o que fazia: usou a proteção da Primeira Emenda dos EUA e sua imunidade diplomática para provocar, sabendo que na Colômbia ou no Brasil, palavras semelhantes poderiam levar à prisão.
Petro não é um filósofo como Henry David Thoreau, que teorizava a desobediência civil contra injustiças, nem um ativista como Martin Luther King Jr., que enfrentava o racismo com marchas pacíficas. Ele é um político de esquerda, movido por um antiamericanismo visceral, que mistura a defesa da legalização da cocaína – que ele já comparou ao “uísque” em reuniões ministeriais – com o apoio incondicional a Gaza e uma retórica que demoniza adversários.
Em Nova York, Petro não falou de drogas, mas sua cruzada anti-EUA mostrando sua visão de mundo: um continente latino-americano oprimido pelo “imperialismo yankee”. Sua audiência? Militantes de esquerda, nostálgicos do chavismo, que aplaudem cada ataque a Trump, enquanto ele se esquiva de consequências legais com a armadura da imunidade diplomática. Como advogado, Petro conhece os limites legais. Nos EUA, ele sabia que suas palavras, embora provocadoras, não cruzariam a linha da incitação à violência sob o teste de Brandenburg v. Ohio (1969), que exige intenção clara de violência iminente.
Sua imunidade, garantida pela Convenção de Viena de 1961 e pelo Acordo de Sede da ONU, o protegia de qualquer processo. “Eu não me importo”, respondeu ele no X, acusando os EUA de violar o direito internacional e sugerindo transferir a sede da ONU para Doha.
Mas imagine o inverso: Donald Trump em Bogotá, incitando militares colombianos a desobedecer Petro em nome da “luta contra o narcoterrorismo”. Sob o Código Penal Colombiano (Arts. 467 e 468), isso seria sedição ou incitação à desobediência, com penas de até nove anos.
No Brasil, onde Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos em 2025 por tramas golpistas, blogueiros e manifestantes estão presos por falas menos graves, rotulados como “antidemocráticos”. Na América do Sul de Petro, a liberdade de expressão é uma palavra vazia. Na Colômbia, a Fundación para la Libertad de Prensa (FLIP) registra um aumento de 47% em violações à imprensa desde que Petro assumiu em 2022, com jornalistas críticos chamados de “bonecas da máfia” pelo próprio presidente. O Tribunal Constitucional limitou bloqueios de internet em protestos, mas o governo de Petro usa verbas publicitárias para silenciar dissidentes.
No Brasil, a censura avança sob o pretexto de combater “fake news”, com prisões de ativistas por posts no X. Petro, que evoca a liberdade nos EUA para atacar Trump, desconhece o mesmo princípio em casa, onde a imprensa crítica enfrenta intimidação e a oposição é estigmatizada como “fascista” ou “nazista”. Petro é um agente provocador, não um idealista. Suas falas em Nova York foram um cálculo político para inflamar sua base, sabendo que a revogação do visto seria um troféu para sua narrativa de vítima do “imperialismo”. Mas o preço de sua retórica vai além: na Colômbia, onde a violência política já matou mais de 1.200 líderes sociais desde 2016, Petro semeia discórdia com palavras que demonizam adversários.
O assassinato do senador Miguel Uribe Turbay, baleado em junho de 2025 e morto em agosto, é um exemplo trágico. Dois dias antes do atentado, Petro tuitou: “O neto de um ex-presidente que ordenou a tortura de 10 mil colombianos falando de ruptura institucional?”, uma frase que a oposição chama de “desumanização” por associar Uribe Turbay a abusos históricos. Embora a Fiscalía aponte para a Segunda Marquetalia (um dos maiores grupos de FARC) como responsável pelo atentado, a família de Uribe Turbay e o Centro Democrático acusam Petro de criar um clima de ódio que inspira violência.
Em Nova York, Petro prega desobediência contra Trump, mas em Bogotá, sua retórica de “fascistas” e “assassinos” contra opositores como Uribe Turbay alimenta a mesma fogueira que consome a Colômbia. Ele não é um paladino da liberdade, mas um hipócrita que usa a democracia americana para jogar lenha na tragédia de seu próprio país.
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Esse editorial é uma análise independente baseada em fatos públicos e perspectivas críticas elaborado por JUNOT (JCEditores) para o JSNEWS.
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