JSNEWS – Nessa segunda-feira, 19, os Estados Unidos conduziram o primeiro voo de autodeportação, inserido no recém-lançado “Projeto Volta ao Lar” (Project Homecoming), uma iniciativa polêmica de política migratória instituída pelo presidente Donald J. Trump. A aeronave, operada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), partiu de Houston, no Texas, transportando 64 imigrantes com destino a Honduras e Colômbia.
Esse programa permite que imigrantes em situação irregular deixem o país voluntariamente, recebendo assistência financeira e evitando sanções associadas à deportação compulsória.
Conforme relatado pela Fox News, o DHS classificou o voo como um “marco” na gestão migratória, destacando a economia de recursos e a abordagem “humanitária”. Cada participante recebeu um auxílio de US$ 1.000 (cerca de R$ 5.600) para custear seu retorno ao país de origem. Estabelecido por decreto presidencial em 9 de maio de 2025, o programa busca reduzir a população estimada de 11 milhões de imigrantes sem documentação nos EUA, oferecendo incentivos para a saída voluntária, incluindo a possibilidade de retorno legal futuro por vias meritocráticas, desde que não haja infrações.
A NBC News detalhou os aspectos operacionais, informando que o voo foi organizado para atender indivíduos inscritos por meio do aplicativo “CBP Home” ou de registros presenciais. Diferentemente da deportação tradicional, que pode envolver detenção, processos judiciais e confisco de bens, o modelo de autodeportação é apresentado como mais econômico, com o DHS estimando uma redução de até 70% nos custos em comparação aos métodos convencionais.
A iniciativa gerou intensos debates. Segundo a Fox News, apoiadores, incluindo membros da administração Trump, consideram o Projeto Volta ao Lar uma solução prática para a imigração irregular, alinhada às promessas de campanha de reforçar a segurança nas fronteiras. Eles argumentam que o programa alivia a pressão sobre recursos públicos e instalações fronteiriças.
Por outro lado, a NBC News citou organizações de defesa dos imigrantes, como o Conselho Americano de Imigração, que criticam o programa como coercitivo, alegando que o incentivo financeiro e a ameaça de penalidades mais severas pressionam pessoas vulneráveis a deixar o país. Além disso, há preocupações sobre a falta de clareza quanto aos impactos de longo prazo para os participantes.
Em comunicado oficial, conforme coberto por ambas as fontes, a Casa Branca enfatizou que o programa está em conformidade com a Lei de Imigração e Nacionalidade, com Trump orientando os Secretários de Estado e Segurança Interna a ampliarem a divulgação por meio de uma campanha nacional. Essa campanha informa os imigrantes sem documentação sobre a opção de autodeportação e alerta sobre consequências, como retenção de salários e confisco de propriedades, para aqueles que permanecerem ilegalmente.
Embora o primeiro voo tenha transportado imigrantes de Honduras e Colômbia, não houve menção a outras nacionalidades.
O DHS não detalhou planos para voos futuros, mas indicou que o Projeto Volta ao Lar será expandido conforme a demanda e a disponibilidade de recursos.