JSNEws – Vladimir Putin não precisou ser um gênio para superar os líderes ocidentais desde 2014 — bastou que eles fossem incrivelmente ineptos. Na Europa, a resposta à anexação da Crimeia foi um festival de fraqueza disfarçado de diplomacia. Angela Merkel, com os Acordos de Minsk, apostou em negociações intermináveis que Putin transformou em uma piada, mantendo o Donbas sob seu controle enquanto a Alemanha se perdia em debates sobre “prudência”.
Emmanuel Macron, com sua arrogância diplomática, correu a Moscou em 2022 achando que poderia encantar Putin, só para ser ridicularizado com a invasão dias depois. Líderes como Olaf Scholz e os do Leste Europeu, mesmo alertados, continuaram enchendo os cofres russos com bilhões em pagamentos por gás, financiando a guerra que diziam condenar. Essa política de apaziguamento — covarde e míope — entregou a Putin vitórias que ele mal precisou conquistar.
Nos Estados Unidos, os presidentes tropeçaram ainda mais feio. Barack Obama, de 2009 a 2017, reagiu à Crimeia com sanções leves e discursos vazios, recusando-se a armar a Ucrânia por medo de “escalada”. Sua hesitação deu a Putin tempo para se adaptar, alinhando-se com China e Índia enquanto Obama saía do cargo com a Ucrânia mutilada e nenhuma vitória real.
Joe Biden, ao assumir em 2021, tentou corrigir o rumo, enviando armas e liderando sanções após a invasão de 2022. Mas sua coalizão ruiu sob divisões internas — republicanos cortaram a ajuda a Kiev em 2023-2024 —, e Putin, com calma, apostou na exaustão americana. Biden infligiu danos, mas não desalojou Moscou de 20% da Ucrânia, provando que boas intenções sem estratégia são inúteis.

Donald Trump, no entanto, foi o ápice da desorientação.
No primeiro mandato (2017-2021), ele alternou entre bajular Putin — chamando-o de “gênio” em 2022 — e tentar manipulá-lo com acordos rápidos. Em 2019, seu telefonema a Zelensky, exigindo favores políticos em troca de ajuda militar, foi um desastre autoinfligido: enfraqueceu a Ucrânia, desencadeou um impeachment e deixou Putin rindo enquanto avançava no Donbas.
Reeleito em 2024, Trump prometeu resolver a guerra na Ucrânia em um piscar de olhos, pressionando Zelensky por concessões e cortejando Putin com promessas de diálogo. Mas Putin, com frieza, virou a mesa: criticou Zelensky, sugeriu controle da ONU sobre Kiev e travou as negociações.
Trump, pego desprevenido, recorreu a ameaças de tarifas sobre o petróleo russo — uma resposta tardia e desajeitada de quem pensava que poderia dobrar um adversário com retórica. Em Helsinque, 2018, Trump já havia mostrado sua vulnerabilidade, engolindo as negativas de Putin sobre interferência eleitoral. Em 2025, querendo dominar as negociações, ele acabou dançando conforme a música de Moscou, um líder impulsivo superado por alguém que jogava um jogo mais longo.
Putin não precisou de genialidade — os líderes ocidentais entregaram a ele o palco. Os europeus, com sua covardia financeira e diplomática, e os americanos, com sua descoordenação crônica, foram arquitetos de sua própria derrota. Da Crimeia ao impasse atual, a falta de habilidade do Ocidente foi gritante, um presente que Putin aceitou sem hesitar.
Como quem sai para caçar e acaba virando caça, Putin acabou fazendo com Trump aquilo que Trump queria fazer com Putin.