JSNEWS – Segundo acompanhamento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), já são mais de 28 mil pessoas infectadas pelo vírus da Varíola dos macacos em pelo menos 88 países. Os EUA é o pais mais afetado pela doença no momento, com mais de 7.500 casos, decretaram emergência de saúde nacional na última quinta-feira.
Na ultima sexta-feira, o Brasil ultrapassou dois mil casos, um crescimento de 188% no número de diagnósticos em comparação com o total de duas semanas atrás. Segundo a última atualização do Ministério da Saúde, são 2.004 registros no país, além de 1.962 suspeitas em monitoramento. No dia 22 de julho, 14 dias antes, eram 696 pessoas infectadas.
Onde se originou a varíola dos macacos?
A OMS rastreia a doença nas florestas tropicais da África Central e Ocidental e a define como uma zoonótica viral (o que significa que pode ser transmitida de animais para humanos) semelhante à varíola, erradicada em 1980.
O primeiro caso registrado de varíola dos macacos foi identificado no que hoje é a República Democrática do Congo em 1970.
Embora tenha sido inicialmente transmitida aos humanos pelo contato com sangue ou fluidos corporais de primatas contaminados (ou roedores, como esquilos e ratos gambianos), é uma doença infecciosa, portanto, é muito mais provável que seja contraída por outros seres humanos.
Quais são os sintomas?
A doença tem um período de incubação de seis a 16 dias. Em seus estágios iniciais, os pacientes primeiro sofrem febre, dores de cabeça, inchaços, dores nas costas, dores musculares e uma apatia geral.
Uma vez que a febre acabe, o corpo do doente enfrentará uma erupção cutânea, na qual uma erupção cutânea se espalha pelo rosto, seguida pelo resto do corpo, mais comumente nas palmas das mãos e solas dos pés.
As manchas evoluem de lesões para bolhas crostosas, que podem levar três semanas para cicatrizar e desaparecer.
O vírus pode ser difícil de diagnosticar sem o auxílio de análises laboratoriais devido à sua semelhança superficial com outras afecções que resultam em erupções cutâneas, como varicela, sarampo, sarna e sífilis.
Quão perigoso é?
Embora esse tipo de ortopoxvírus seja muito mais brando que o da varíola, foram registradas mortes, principalmente entre os jovens. A OMS lista a taxa de letalidade em menos de 10%.
No surto de 2017 na Nigéria, o maior já visto, 172 casos suspeitos de varíola foram identificados e 61 casos confirmados foram relatados em todo o país. Setenta e cinco por cento dos doentes eram do sexo masculino e com idades entre 21 e 40 anos.
Atualmente, não há vacina ou tratamento específico disponível, mas a varíola pré-existente provou ser 85% eficaz no combate à doença.
O professor François Balloux, diretor do Instituto de Genética da UCL, disse: “A varíola não é particularmente transmissível e o número de casos até o momento em que a via de transmissão é conhecida permanece relativamente pequeno”.
Vacina da Varíola tradicional
A vacina, chamada de Imvanex na Europa e Jynneos nos Estados Unidos, é a mesma utilizada para erradicar a varíola tradicional na década de 80. De acordo com a OMS, a eficácia para a versão atual da doença é de cerca de 85%. Isso acontece pelos vírus serem semelhantes e oferecerem uma proteção cruzada, quando os anticorpos de um protegem contra infecção pelo outro.