Da Redação – O CEO da rede de Fast Food Chipotle, Brian Niccol, diz que as mudanças propostas pelo governador da Califórnia Gavin Newsom (Dem.) para o salário-mínimo podem fazer com que a cadeia de restaurantes repense sua presença no estado.
“Pagamos muito além de US$ 15 por hora na Califórnia. Portanto, há uma legislação que tem o potencial de levar o salário por hora acima dos US $ 21, US $ 22 fazendo com que as empresas elevem seus preços para cobrir os gastos operacionais que provavelmente têm que subir. Isso seria lamentável porque afeta o modelo de negócios, impactando na quantia de restaurantes abriremos no futuro e de quantos permanecerão abertos afetando nossos negócios no estado da Califórnia, o que é uma pena”, disse Niccol ao site do Yahoo Finance nessa segunda-feira,17.
Cerca de 15% dos mais de 3.000 locais da Chipotle nos EUA estão localizados na Califórnia.
No início de setembro, o governador Gavin Newsom assinou um projeto de lei que estabelece um “Conselho de Fast Food”, um conselho de 10 membros que estabelecerá os padrões de remuneração, horas e condições de trabalho para os trabalhadores de fast-food no Estado, a lei AB 257 constitui um colegiado formado por representantes do setor de fast food no estado e representantes dos trabalhadores que definirão salários e as condições para esse setor no estado e enfrenta ampla oposição de grupos empresariais incluindo a Associação Nacional de Restaurantes.
Se o referendo receber cerca de 623.000 assinaturas até a primeira semana de dezembro, a medida aparecerá na votação de novembro de 2024 na Califórnia.
A legislação poderia abrir caminho para elevar o salário-mínimo para trabalhadores de fast food a US$ 22 por hora para empregadores com mais de 26 trabalhadores. Atualmente, o salário-mínimo é de 15 dólares no estado.
Niccol prevê que quaisquer mudanças nesse setor que venham como resultado do Conselho de Fast Food podem ter um efeito reverso para o Estado. “A marca Chipotle é amada pelos californianos. E espero que essa legislação não resulte em um revés para a indústria de Fast Food e de seu modelo de negócios. Se isso acontecer será uma pena”, acrescentou Niccol.