JSNEWS – Cerca de 30 requerentes de asilo de um acampamento fronteiriço mexicano que se tornou um símbolo das restrições à imigração da era Trump entraram nos Estados Unidos nesta quinta-feira, marcando mais uma reversão de uma politica do governo anterior por Joe Biden.
A autorização da entrada nos EUA de um grupo de imigrantes integra uma nova política que visa acabar com as adversidades enfrentadas em perigosas cidades fronteiriças.
A Organização Internacional para as Migrações da ONU (OIM) disse que o grupo inicial era composto por 27 pessoas que viviam em um acampamento improvisado em Matamoros, em frente a Brownsville, no Texas.
Algumas pessoas moravam lá há mais de um ano, obedecendo ordens do programa de Protocolos de Proteção ao Migrante (PPM), do ex-presidente Donald Trump, que exige que os requerentes de asilo aguardem no México por audiências nos tribunais dos EUA.
Após fazer uma campanha prometendo oferecer tratamento mais solidário a imigrantes, Biden agora tenta desemaranhar uma complicada teia de restrições nas fronteiras adotada durante o governo anterior. Mais de 25 mil pessoas atualmente esperam no México para terem seus pedidos processados.
Antes de Trump implementar o PPM no início de 2019, as famílias que buscavam asilo eram normalmente detidas por um curto período e, em seguida, liberadas nos Estados Unidos para aguardar o julgamento de seus casos.
Segundo ativistas da imigração, muitas famílias foram vítimas de violência sexual e de sequestros, sem acesso à Justiça no México.
“O acampamento é um espaço que apresenta múltiplos riscos para os migrantes”, disse Misael Hernandez, pesquisador sobre questões migratórias do Colegio de la Frontera Norte.
As baixas temperaturas na fronteira dos Estados Unidos com o México tornaram o acampamento de Matamoros uma prioridade, disse o Departamento de Segurança Interna na quarta-feira.
Aqueles que desejam entrar nos Estados Unidos sob a nova iniciativa de Biden devem primeiro se registrar online e apresentar um teste recente de resultado negativo para o coronavírus.
Funcionários do governo enfatizaram que um número restrito de migrantes seria processado inicialmente, e aqueles que esperaram mais tempo teriam prioridade.