FOLHAPRESS – Em um pronunciamento conjunto na Estônia, Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, elevou o tom e disse que a Rússia não irá“acuar” a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) com a invasão da Ucrânia. Segundo ele, a aliança militar está ainda mais unida diante das ameaças do presidente russo Vladimir Putin.
Johnson foi até a Estônia e fez um pronunciamento conjunto com a primeira-ministra do país, Kaja Kallas, e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg. Os três anunciaram o aumento da concentração das forças da aliança nos países do Leste Europeu. O tom dos pronunciamentos foi de elogio à bravura da resistência ucraniana e de enfrentamento diplomático a Putin.
A jornalistas, Johnson enfrentou Putin, que colocou em prontidão as forças nucleares russas e ameaçou retaliar os países europeus que enviam armas e suprimentos militares da Ucrânia.
“Se Putin acha que vai acuar a Otan está redondamente enganado. O que está fazendo é fortalecer a Otan no Ocidente”, afirmou o governante britânico.
Johnson ainda afirmou que “Putin tem que fracassar” em sua invasão à Ucrânia, mas garantiu que os países da Otan não entrarão diretamente na guerra. Um dos motivos alegados pelos russos para invadir a Ucrânia é o plano do país de aderir à aliança militar, o que Putin considera uma ameaça à segurança da Rússia. “Não iremos lutar com as forças russas na Ucrãnia e nossos reforços que colocamos aqui na Estônia são para proteger os membros da Otan”
Jens Stoltenberg afirmou que o reforço nas tropas posicionadas em países do Leste Europeu —alguns vizinhos da Rússia, como a própria Estônia, a Letônia e a Lituânia— tem como objetivo mandar um recado claro à Putin de que uma agressão a membros da aliança não será tolerada. “Os Estados Unidos e outros aliados estão trazendo soldados para os países europeus. Estamos colocando pela primeira vez na história as forças de defesa da Otan porque não pode haver dúvida ou erro de cálculo: nosso compromisso com o artigo 5º é sólido. Precisamos proteger cada centímetro do território da Otan”, afirmou.
O artigo 5º do tratado que criou a Otan determina que um ataque a um dos países-membros é considerado um ataque a todos e, por isso, todos os integrantes devem atuar em defesa do país agredido.
A primeira-ministra da Estônia classificou como “aterrorizante” os ataques à Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, e a tentativa de cerco à capital Kiev. Contudo, ela destacou que os russos não terão sucesso em ocupar a capital, diante da grande resistência da população local.
“Os russos querem tomar as cidades para si e acho que haverá muita resistência dos ucranianos. Uma questão é conquistar, outra é manter, já que não há nenhum apoio ucraniano a invasão russa”, avaliou.