Por: Eliana Pereira Ignacio
Olá meus caros leitores, hoje venho falar, sobre aquelas pessoas que querem ter sempre a última palavra na discussão. Aqueles que ficam segurando a porta do elevador até a última pessoa sair. Não por educação, mas por alguma espécie de saciamento do ego. Ou os que juram que o trajeto que escolheram é sempre o melhor. Os que dizem sempre “vai por mim”.
Os que ligam para o CVV ( Centro de Valorização da Vida) e acabam se matando. Como ilustração, trago uma estorinha bem conhecida: “Oito horas da noite, atrasado, o casal segue para um jantar na casa de amigos. Tanto o endereço quanto o caminho são novos, mas a esposa teve o cuidado de conferir o mapa antes de sair.
O marido dirige, enquanto ela o orienta e pede para que vire na próxima rua à esquerda, porém ele tem certeza de que deve virar à direita. Uma pequena discussão se inicia, mas ela deixa que ele decida o que fazer.
Ele então vira à direita, mas percebe que estava errado. Com certa dificuldade, ele admite o erro, enquanto faz o retorno.
Neste momento sua esposa sorri e diz: – Meu bem, não há nenhum problema em chegar um pouquinho atrasado.
Mas se você tinha tanta certeza de que eu estava tomando o caminho errado, porque não insistiu um pouco mais? Perguntou o marido.
Bem, entre ter razão e ser feliz, eu prefiro ser feliz.
Nós está vamos à beira de uma discussão, e se eu insistisse um pouco mais, teríamos estragado nossa noite.” Esta estória me traz a mente, uma frase que considero uma das melhores frases que do mundo aquela criada por Ferreira Gullar: “Não quero ter razão, eu quero é ser feliz!” O poeta teve esse insight quando estava em casa sozinho depois de uma briga com sua mulher.
Ele ficou na fossa e acabou ligando pra ela dizendo essa frase. Tudo ficou em paz. O mais incrível é que tempos depois, após publicado em seus versos, um leitor o encontrou e disse que aquela frase também o teria feito reatar com sua namorada. Uma pena que somos seres molda dos e desde criança somos incentivados a moldar o nosso ego para que ele torne-se uma arma e um escudo ao mesmo tempo.
Começa um processo de blindagem para que não sejamos ofendidos nem taxados como inferiores. E com o passar dos anos já estamos experts em defender com unhas e dentes a nossa lustrada razão. Mesmo que isso cause prejuízos. Quantas pessoas sofrem com os prejuízos; porém nunca dão o braço a torcer. Falam muito sobre Jesus e nunca deram a outra face para bater. Ou vivem uma falsa verdade, mantêm a fachada da família feliz para permanecer na falsa superioridade da razão. Usam frases prontas com a intenção de proteger-se, frases desnecessárias como: Se a nossa grama não é mais verde, ela é de uma raça importada. “Meu carro é um popular, mas é mais econômico que o seu”. Buscam uma forma de não ficar por baixo, isto não pode acontecer, assim saem á procura de uma razão para justificar a posição de segunda voz na dupla sertaneja.
Nunca é a sua vez de ceder. É o machismo e o feminismo exacerbado, é a sensação de ser sempre a resposta, nunca a pergunta. Com isso quantas e quantas vezes nos já deixamos passar coisas, momentos e oportunidades apenas por querer ter a razão.
Talvez nem por nossa própria culpa, mas pelo condicionamento que cultivamos no curso da vida. Precisamos manter o ego intacto, ou seguir apenas o intelecto, o lado esquerdo do cérebro. Ego, orgulho, razão, eles estão ali juntinhos, bem perto um do outro; como uma barreira de jogadores a impedir o gol. Perde-se amizades apenas por não querer ligar primeiro.
Envolve-se em um acidente por escolher a estrada mais difícil só para ter razão. Fica perdido em algum lugar desconhecido por dizer sempre “eu sei o que estou fazendo”. Bestei ra!!! Somos humanos e com certeza haverá momentos em que não saberemos mesmo, o que estamos fazendo. E isso é completamente natural. Não é ser ofendido, tão pouco inferior.
Não ter a razão de vez em quando é premissa fundamental para ser feliz. Essa mania de ter razão tem sua origem no individualismo. E ao buscar a origem do individualismo é possível encontrar o egoísmo, uma estrutura emocional infantil que gerencia a personalidade de muitos adultos.
No processo de individuação, o sujeito descobre quem é. Do que gosta, do que não gosta, passa a reconhecer seus potenciais, suas ferramentas, mas também ganha sabedoria, humildade e começa a perceber que faz parte de um todo muito maior que seu umbigo e mente.
Já o processo de individualismo, o sujeito passa achar que tem direitos que não existem, sente -se injustiçado, enraivecido, indignados, irritados, e o pior, tudo isso em nada ajuda a ampliar a sabedoria, a clareza e o discernimento, como podemos ver são processos bem diversos, mas na busca da individuação muitos acabam se atolando no individualismo.
Preste atenção “os donos da verdade “ tem dificuldade em enxergar e compreender diferentes pontos de vista. Acham que enxergam mais que todos, mas estão cegos para a realidade à sua volta.
Sai desta e … SEJA FELIZ Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive.
Eclesiastes3:12 Até a próxima Seman
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com