JCEditores – A administração de Donald J. Trump, em seu segundo mandato iniciado em 2025, tem promovido uma redefinição das leis migratórias dos Estados Unidos, ampliando sua cruzada contra a imigração ilegal afetando imigrantes legais e turistas de diversas nacionalidades. Conforme reportado pelo The New York Times em 21 de março de 2025, no artigo “Trump’s Deportation Agenda Expands to Legal Immigrants and Tourists”, essa política agora submete indivíduos a barreiras e constrangimentos com base em critérios subjetivos, como opiniões políticas ou atividades públicas.
Essa repressão parece visar indivíduos com base em suas opiniões políticas ou atividades, mesmo que estejam em conformidade com os requisitos legais para permanecer no país. Durante seu primeiro mandato, Trump focou principalmente em restringir a imigração ilegal e implementar proibições de viagem a países de maioria muçulmana. Agora, com um Congresso potencialmente mais alinhado e uma equipe de assessores experientes, a administração está expandindo seu alcance a cidadãos de países aliados e emergentes, incluindo brasileiros, gerando tensões diplomáticas e impactos econômicos potencialmente devastadores, sobretudo na indústria do turismo e em setores dependentes de mão de obra estrangeira comumente relacionada a construção civil ou agricultura, porem, a alta tecnologia é uma das atividades mais afetadas.
Casos recentes
Na semana passada, dois turistas alemães que planejavam visitar a Califórnia foram detidos na fronteira sul por agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA, apesar de possuírem vistos válidos. Autoridades alegaram que os dois haviam feito postagens nas redes sociais críticas às políticas de imigração de Trump, o que levou à sua detenção por mais de duas semanas antes de serem deportados, conforme relatado pelo The New York Times. A Deutsche Welle, em 19 de março de 2025, destacou que tais casos levaram Berlim a emitir alertas de viagem, evidenciando o risco de detenções prolongadas.

Cidadãos britânicos também enfrentam barreiras. O The Hill, em “UK Updates Advice on US Immigration”, reportou que o reino Unidos emitiu um alerta a seus cidadãos com viagens marcadas para os Estados Unidos sobre a possibilidade destes serem barrados após um turista britânico de Manchester ter sua entrada negado nos Estados Unidos por ter participado de uma marcha trabalhista em Londres em 2024. Por ter participado dessa marcha, considerada “subversiva” por agentes da imigração americana, ele acabou sendo mandado de volta após horas de interrogatório.
Nacionalidades asiáticas não escapam. Um engenheiro indiano com visto H-1B foi detido em São Francisco por criticar tarifas americanas em um podcast em 2023, enquanto uma estudante japonesa com visto F-1 foi barrada em Tóquio por assinar uma petição climática online. Na América Latina, um comerciante colombiano com visto B-1 foi deportado de Miami por uma foto com um político de esquerda, e um casal polonês foi barrado em Boston por críticas jornalísticas à política externa dos EUA.
Brasileiros Barrados Recentemente: Os brasileiros também enfrentam esse rigor.
Em fevereiro de 2025, segundo o Portal T5 em “Brasileiros relatam abusos ao serem barrados pela imigração nos EUA”, uma família de São Paulo, com vistos B-2, foi detida em Orlando, na Florida, eles planejavam passar férias na Disney, mas foram interrogados por cinco horas sobre um comentário no Instagram elogiando um protesto cultural no Brasil, sendo liberados sob advertência após apresentarem comprovantes de hospedagem e passagens.
Outro caso, reportado pelo Poder360 em 21 de março de 2025, envolveu um especialista em inteligência artificial de Minas Gerais, barrado em Nova York apesar de seu visto estar válido. Ele atribuiu a recusa a postagens no LinkedIn sobre privacidade de dados, vistas como contrárias aos interesses americanos. Esses incidentes mostram como atividades cotidianas nas redes sociais podem ser usadas para justificar exclusões.
Impactos Econômicos Potenciais
A indústria do turismo, que gerou 2,9 trilhões de dólares em 2023 segundo o Conselho de Viagem e Turismo dos EUA, sofre com a redução de visitantes de alto poder aquisitivo, como alemães, britânicos e brasileiros. Cancelamentos de pacotes turísticos, como os relatados por agências japonesas, podem custar milhões em receita para destinos como Orlando e Nova York. A agricultura enfrenta escassez de trabalhadores mexicanos com vistos H-2A, podendo elevar os preços de alimentos em até 20%. Na tecnologia, a saída de indianos do Vale do Silício compromete a inovação, enquanto a construção civil, dependente de poloneses e romenos, vê custos subir em projetos de infraestrutura.
Uma Política de Consequências Globais
A administração Trump justifica essas ações como proteção da segurança nacional, mas o impacto atinge aliados e parceiros econômicos, incluindo o Brasil, onde turistas e profissionais qualificados enfrentam barreiras crescentes. Enquanto os tribunais avaliam a legalidade dessas medidas, os custos recaem sobre indivíduos e setores econômicos interligados, transformando os EUA em um destino menos acessível e economicamente vulnerável.