Por: Eliana Pereira Ignacio – Olá, meus caros leitores, já ouviram falar na palavra “Eudaimonia”, parece uma palavra tão estranha, até mesmo feia, mas na cultura grega a palavra principal para descrever a vivência da felicidade é Eudaimonia. Para eles Eudaimon é o adjetivo para “feliz”. Na língua falada pelos antigos gregos, muitas palavras eram utilizadas para definir as várias experiências humanas associadas à felicidade. A maioria estava associada à ideia de prosperidade (olbos) e sorte (tyche). Contudo a análise do significado dessas palavras as sociadas à felicidade nos revela muito sobre o que os antigos gregos pensavam sobre o ser feliz.
Na etimologia, Eudaimonia significa “(eu) bem-disposto; (daimon) que tem um poder divino”. Assim, pode-se ver que no pensamento grego antigo a felicidade é um dom. Usufruir dos poderes divinos, é condição essencial para que alguém seja feliz. Podemos dizer que à felicidade humana, é conferida, isto é advém de uma força espiritual e como os homens a recebem, acreditam e usufruem desta dádiva, sobre esta ótica é possível dizer que a felicidade é nata, algo além do controle dos homens, uma sentimento que depende unicamente da disponibilidade e o humor de cada um, sua relação com o Divino.
Seguindo o pensamento grego, um homem feliz (eudaimon) é aquele que aproveita, aceita reconhece a bondade Divina tem fé com ela passa a acreditar, que é o mesmo que ter sorte. Logo, a Eudaimonia desperta a boa sorte. No entanto, a felicidade, por ser uma prática de fé torna-se algo débil, frágil, transitória…pois, ao ser dada aos homens, torna-se suscetível aos contratempos próprios da vulnerabilidade humana, isto é, às vicissitudes do tempo e à ação dos elementos.
Nesse sentido, o significado original da palavra Eudaimonia carrega consigo uma contradição: ao mesmo tempo em que a felicidade é um dom, sua manutenção depende da vida que o feliz vive! Essa aparente ambiguidade da felicidade, é confirmada pelas pesquisas feitas sobre a Psicologia da Felicidade as quais têm demonstrado que parte da condição de ser feliz é inata, uma predisposição genética que confere maior ou menor propensão para experienciar emoções positivas. Ou seja, um dom! A outra parte dessa condição diz respeito aos eventos de vida que influenciam a inserção no mundo.
Mas, tanto a parcela inata quanto a construída da felicidade podem ser, igualmente, transformadas por meio das escolhas conscientes de cada um. Posso afirmar que o cérebro aprende continuamente, se reestrutura e redefine e que a percepção do mundo é individual. Esse processo ininterrupto de adaptação é o que permite (re)elaborar metas e (re)significar escolhas buscando, com isso, a realização das potencialidades ainda não conhecidas. Um fator de concordância com o conceito Aristotélico, que diz que Eudaimonia significa atingir o potencial pleno de realização de cada um. Concordando com Aristóteles, venho afirmar que a felicidade é a meta da vida humana, tudo o que faz tem como motivo principal a busca da Eudaimonia, isto é a busca da felicidade.
Portanto, vale a pena lembrar que atitudes amigáveis e a boa vontade que se oferta a uma pessoa, não tem por objetivo agradar a essa pessoa, mas, sim, promover a própria Eudaimonia. Sendo assim, mais do que um sentimento, a felicidade, está relacionada com o que uma pessoa faz de si e de sua vida, sendo uma expressão da virtude, a consequência natural de se fazer o que vale a pena ser feito. Estudos feitos pela Moderna Psicologia da Felicidade, alicerçados nas neurociências e na investigação social do desenvolvimento humano individual e coletivo, tem chegado às mesmas conclusões propostas pelo filósofo grego. Para viver uma vida plenamente realizada, com Eudaimonia, deve-se priorizar o equilíbrio emocional e cultivar hábitos e pensa mentos que permitam fazer escolhas com discernimento.
Cuidado, com a relação de felicidade e qualidade de vida, vivemos em uma sociedade consumista onde a fantasia de que o consumo traz felicidade se resume em ter, no sentido material.
Quando na verdade felicidade é ter lazer, ter uma alimentação saudável, exercitar-se, fazer todos os check-ups pois a maior riqueza está em cuidar de si biopsis socialmente, existe uma grande diferença em possuir bens ser rico financeiramente e ser feliz!!! Infelizmente torna-se difícil sair do discurso e incorporar qualidade no dia a dia, pois o ser humano e imediatista e levado a satisfação pelo consumo, acreditando que, se não está bem é preciso consumir algo para tentar satisfazer o mal-estar momentâneo.
Mas, ao adotar um padrão assim demonstra profunda imaturidade psicológica e incapacidade para postergar a gratificação, ou seja, de entender que o prazer vem depois de certo esforço.
E a qualidade de vida depende disso. Saia desta e passe a ser realmente feliz!!! Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria. 1 Pedro 4:13 Até a próxima semana!!
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualifi cações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jsnewsusa.com