JSNEWS – Um spa em Milton, Massachusetts, chamado Rodrigo Beauty, virou alvo de uma investigação após 10 casos suspeitos de botulismo iatrogênico serem associados a injeções de toxina botulínica, conhecida como Botox, aplicadas entre 1º de maio e 4 de junho de 2025. O estabelecimento, dirigido pelo brasileiro Rodrigo Siqueira, está no centro de uma crise que alarmou as autoridades de saúde dos Estados Unidos.
O Departamento de Saúde Pública de Massachusetts (DPH) emitiu um alerta orientando que qualquer pessoa que tenha recebido Botox no spa nesse período contate imediatamente o DPH pelo telefone 617-983-6800 ou a vigilância sanitária local, mesmo sem sintomas. Aqueles com sinais como visão dupla, dificuldade para engolir, falar ou respirar, ou fraqueza muscular devem procurar um pronto-socorro urgentemente, já que o botulismo iatrogênico, causado por aplicações inadequadas ou excessivas da toxina, pode ser fatal sem tratamento rápido com antitoxina.
A investigação começou após quatro casos serem identificados em South Shore, número que subiu para 10 em poucos dias. Há suspeitas de que o spa possa ter usado Botox falsificado ou de mercado negro, um problema crescente. No Brasil, a Anvisa já alertou que apreensões de Botox falsificado quadruplicaram entre 2018 e 2023, e esses produtos, muitas vezes mais potentes, aumentam o risco de complicações graves.
Um caso semelhante em Massachusetts, envolvendo Rebecca F., que foi presa em 2024 por vender Botox falsificado em outro spa, reforça essas preocupações. Jamie Pelton, cliente do Rodrigo Beauty, relatou ao Boston 25 News que sentiu tontura após injeções em 8 de maio, algo incomum em sua experiência com Botox, e criticou a falta de comunicação do proprietário, que não respondeu a contatos. O site de agendamento do spa foi desativado, e Siqueira não se pronunciou.
As autoridades americanas estão examinando as práticas do spa e a origem dos produtos utilizados, enquanto reforçam a importância de escolher clínicas licenciadas e profissionais qualificados. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia ecoa o alerta, recomendando verificar a procedência do Botox (marca, lote, validade) e notificar eventos adversos pelo sistema VigiMed da Anvisa.
O caso expõe os riscos do mercado de estética, que, segundo a ResearchAndMarkets.com, deve crescer para US$ 12,181 bilhões até 2030. Enquanto a investigação prossegue, o DPH pede que pacientes fiquem atentos a sintomas e busquem ajuda imediata, destacando que a segurança em procedimentos estéticos depende de regulamentação rigorosa e escolhas informadas.